A bola gruda nos pés de Antony e a imagem que vem é a do puro futebol brasileiro. Seu corpo franzino, sua ginga, seu drible seco com a canhota foram predominantes durante a campanha da seleção brasileira na Olimpíada de Tóquio 2020. Como predominaram quando ele ainda era criança e jogava bola com os amigos nos campinhos da infância.
Atualmente no Ajax, Antony Matheus dos Santos, 21 anos, acabou servindo como exemplo de que a criatividade é fundamental para a vitória de uma equipe. E foi com esta criatividade que a seleção encontrou uma de suas válvulas de escape para superar adversários muito difíceis, segundo análise do próprio jogador, após alguns dias descanso e já de volta ao Ajax. E conquistar a medalha de ouro.
“Todo jogo foi complicado. A estreia diante da Alemanha, que era atual vice-campeã, um clássico mundial. Tem todo aquele peso da estreia. Foram jogos complicados, mas tivemos cabeça no lugar para fazer o nosso melhor. Pegamos boas equipes, bem treinadas… O México sempre é um adversário difícil para o Brasil também. E a final é final. Diante de uma Espanha com jogadores que foram para a Eurocopa, toda a tensão de ir para a prorrogação”, lembra Antony, ao R7, sobre cada passo da conquista do último dia 7, em Yokohama.
Ao analisar seu desempenho, Antony, que iniciou a carreira no São Paulo, não esconde sua satisfação. A impressão é de que ele havia se preparado há tempos para chegar à Olimpíada e feito um trabalho para não perder a concentração no momento decisivo.
“Procurei fazer o que sei de melhor. Sou um jogador rápido, de drible, e busquei jogadas que possibilitassem o gol para a nossa equipe. Fico extremamente satisfeito com meu desempenho e de todo o grupo na Olimpíada”, conta.
Antony não deixa de destacar sua jogada que deu origem ao gol da vitória do Brasil sobre a Espanha, aos dois minutos do segundo tempo da prorrogação.
Naquele momento, ele fez a diferença, com um drible rápido pela direita e um lançamento preciso, em diagonal, para Malcom escapar nas costas do marcador Vallejo. Foi um instante de união perfeita entre o talento e a tática.
“A assistência para o gol do título é algo que jamais sairá da minha cabeça. Tive a consciência de entender a importância de uma atuação tática, não só ofensiva, de ajudar na marcação, dar suporte aos volantes, laterais”, comenta, sobre sua performance.
Fonte : R7.