Duas pessoas ligadas ao deputado federal Luciano Bivar (União-PE) são alvo da Operação Stasis, deflagrada pela Polícia Federal (PF) na manhã desta terça-feira (7/5).
Fontes da coluna Na Mira confirmaram se tratarem de pessoas “de confiança” do parlamentar e que o político (foto em destaque), apesar de não ser alvo da busca e apreensão desta manhã, é o principal investigado na operação, que apura ameaças sofridas pelo atual presidente do partido União Brasil, o advogado Antônio Rueda.
No total, as equipes cumpriram cinco mandados de busca e apreensão expedidos pelo Supremo Tribunal Federal (STF), no interior de Pernambuco.
As investigações começaram a cargo da Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF). Porém, com declínio da competência do caso para a Suprema Corte, a investigação ficou a cargo da PF.
Representantes do União Brasil falam das decisões tomadas sobre o futuro do ainda presidente nacional do partido, deputado Luciano Bivar, em coletiva de imprensa 5
Luciano Bivar
Representantes do União Brasil falam das decisões tomadas sobre o futuro do ainda presidente nacional do partido, deputado Luciano Bivar, em coletiva de imprensa 4
Entrevista com o atual presidente nacional do União Brasil, deputado federal Luciano Bivar (PE) 13
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Telefonema e incêndio
Atualmente, Rueda e o primeiro presidente da sigla, o deputado federal Luciano Bivar (União-PE), estão em pé de guerra, e um desentendimento entre os dois antigos aliados virou caso de polícia, segundo divulgado pelo colunista Guilherme Amado, do Metrópoles.
Eleito em fevereiro para comandar o União Brasil, Rueda acusa Bivar de ameaçar matá-lo, assim como um parente do político. O ex-presidente, porém, nega as acusações.
A principal evidência usada por Antônio seria um vídeo com pouco mais de 30 segundos, que mostram uma conversa entre os dois, por volta das 23h de 26 de fevereiro último. No trecho anexado ao processo, uma voz, que seria de Bivar, diz a Rueda que “acabaria” com um parente dele. No entanto, o vídeo não permite inferir o contexto da conversa.
Em 28 de fevereiro, um dia antes de ser eleito para chefiar a legenda, Antônio Rueda apresentou uma representação criminal contra Luciano Bivar, na Delegacia Especial de Crimes Cibernéticos (DRCC) da Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF), para cobrar a investigação das supostas ameaças.
Presidente do União Brasil vai à polícia e relata ameaça de morte
Antônio relatou à polícia que Bivar falou com ele na noite em questão por meio do telefone do deputado federal Marcelo Freitas (União-MG), que intermediou o contato.
Na sequência do vídeo, gravado por Florinda, esposa de Rueda, o denunciante disse a Freitas que aquele era o motivo pelo qual evitava falar com Luciano e que, diante da ameaça, procuraria a polícia no dia seguinte.
Em 11 de março, um incêndio nas casas de praia de Antônio e da irmã dele, Emília Rueda, tesoureira do União Brasil, levou aliados do atual presidente do União Brasil a relacionarem a ocorrência a Bivar. Rueda estava em Miami, nos Estados Unidos, quando soube do episódio.
No dia seguinte, Luciano Bivar declarou que as acusações sobre o suposto envolvimento dele com o incêndio eram “ilações” e que o caso se tratava de um “factoide”.
Pelo fato de Luciano ser deputado federal, a PCDF pediu ao STF autorização para apurar as denúncias. A medida seria necessária em razão do foro privilegiado do parlamentar. Em 11 de abril, o ministro Kassio Nunes Marques deu sinal verde para abertura de inquérito e investigação de Bivar.
Eleições no partido
Criado em 2021, o União Brasil surgiu após fusão entre o partido Democratas (DEM) – legenda cujas origens remontam à Arena, sigla que dava sustentação política à ditadura militar – e o Partido Social Liberal (PSL), que elegeu Jair Bolsonaro e uma numerosa bancada de deputados em 2018.
As eleições que levaram Antônio Rueda à presidência ocorreram em 2024. Porém, antes de o pleito ocorrer, o então presidente da legenda, Luciano Bivar, tentou cancelar a convenção nacional do partido, marcada para 29 de fevereiro. A justificativa era de que a convocação para a reunião ainda não tinha amparo no estatuto da sigla.
Na convenção, ocorreriam as eleições para o comando do União Brasil, e o cancelamento ocorreu em meio a um racha no partido. Havia um acordo interno para que o então vice-presidente, Rueda, assumisse a sigla, mas Bivar decidiu que queria permanecer no cargo.