O BRB encontrou 80 mil vulnerabilidades no cadastro do Passe Livre Estudantil e demais gratuidades no transporte. As falhas abrem brechas para fraudes e desperdício de dinheiro público. A instituição financeira assumiu a gestão do Sistema de Bilhetagem Automática (SBA) pública na segunda-feira (04/11/2019), com a promessa de estancar golpes e perdas. Segundo cálculos do governo, elas podem fazer o DF perder R$ 100 milhões por ano.
Segundo o presidente da instituição, Paulo Henrique Costa, em parceria com a Secretaria de Transporte e Mobilidade (Semob), para o desenvolvimento de um novo sistema de cadastro. “Já existe um sistema de gratuidades em que nós identificamos aproximadamente 80 mil vulnerabilidades no código dele”, alertou. Concluída essa otimização, o banco recadastrará os usuários.
“Temos que garantir que esse tipo de circunstância não se repita. É uma situação que foi gerada ao longo dos anos, e agora nos cabe corrigir”, ponderou.
Inicialmente, o cadastro seria transferido da pasta de Mobilidade para o banco nos próximos 30 dias. Entretanto falhas no atendimento de estudantes nos últimos dias levaram à antecipação da mudança. A promessa do BRB é oferecer um aplicativo a fim de facilitar o processo. Em 2020, os usuários poderão encaminhar documentos por meio digital para a validação nas lojas.
Parceria com a PCDF
O SBA estava sem atualização desde maio de 2016. Nesse caso, o BRB fez uma atualização capaz de fechar um conjunto de falhas. “Nós nos reunimos com a Polícia Civil e procuramos entender os principais pontos de fragilidade. Estamos revendo o processo e fechando as possibilidade de fraude no sistema”, completou Paulo Henrique.
O banco também fez uma autoridade de código na versão atualizada do SBA para ter certeza do reforço na segurança. Polícia e Ministério Público do DF e Territórios (MPDFT) investigam fraudes no SBA na Operação Trickster. A suspeita é de R$ 1 bilhão de prejuízo para os cofres públicos.
Migração da bilhetagem
O SBA passou para as mãos do Banco de Brasília (BRB) na segunda-feira (04/11/2019). A mudança é uma tentativa de o governo Ibaneis Rocha (MDB) virar a página do serviço, historicamente marcado pela falta de eficiência, panes e fraudes milionárias, inclusive com o uso de nomes de pessoas mortas.
A promessa é ampliar o número de pontos de venda e recarga dos cartões. Desde segunda-feira, o número de lojas subiu de 53 para 73. Além disso, cerca de 240 funcionários contratados pelo BRB Serviços trabalham no atendimento à população. Parte da mão de obra responsável pelo antigo SBA foi recontratada para preservar a memória do serviço. Todas as lojas do extinto Transporte Urbano do DF (DFTrans) foram reformadas. Nos locais ainda em reformas, como Planaltina e Brazlândia, serão disponibilizadas vans de atendimento.
Do mesmo modo, o SBA passou a ser processado dentro das instalações de tecnologia do BRB. De acordo com Paulo Henrique Costa, a mudança garante mais controle e velocidade no processamento das informações. Os valores, desde então, estão sendo auditados e validados. Com isso, além da blindagem contra fraudes, o banco promete mais estabilidade e agilidade no atendimento ao público.
Desde a migração, a população tem acesso a uma central de atendimento para esclarecimento de dúvidas e consulta de saldo. O serviço estará disponível pelo telefone: (61) 3120-9500.
Confira links com mais informações, locais e horários de funcionamento das lojas de atendimento:
Bilhete único
Campanha de bilhetagem do BRB
Fraudes
Atualmente, o Sistema de Bilhetagem Automática processa R$ 1,2 bilhão por ano em passagens. O governo gastou neste ano R$ 300 milhões só com o Passe Livre. A expectativa do BRB é que, com o novo SBA em marcha ao longo dos próximos três anos, sejam economizados R$ 300 milhões, principalmente com o fim das fraudes.
Por determinação do governador Ibaneis Rocha, o DFTrans, antigo responsável pelo SBA, foi extinto em 22 de julho deste ano. A Secretaria de Transporte e Mobilidade absorveu o quadro de servidores. Já o serviço de bilhetagem passou a migrar, gradativamente, para o BRB, até a mudança total.
Essa migração foi acelerada em 8 de abril, após pane no sistema de bilhetes que fez o governador Ibaneis subir o tom contra o sistema vigente até então. “Eu vou acabar com o DFTrans, porque aquilo é um órgão que só tem dado trabalho à população, desrespeito. E é uma central de corrupção”, cravou.