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CAI CHANCES DE CONTÁGIO DE CORONAVÍRUS NO DF

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Isolamento das pessoas contaminadas – por 14 dias – é fundamental para conter a doença

Praticamente oito em cada 10 brasilienses que foram contaminados pelo coronavírus já estão recuperados da Covid-19. Dos 64.314 casos confirmados no Distrito Federal, 50.879 pacientes estão curados, o que representa um índice de 79,1 % do total. Isso mostra que a chance de contágio no DF reduziu desde os primeiros casos da doença diagnosticados no final de fevereiro.

“São pessoas que já passaram pela infecção, a maioria delas senão a totalidade está imune, não se sabe ainda por quanto tempo. E, a partir do momento que ela está recuperada, não transmite mais”, explica Eduardo Hage, subsecretário de Vigilância à Saúde. Segundo o médico, os estudos comprovam que os pacientes que tiveram a Covid-19 ficam imunizados por pelo menos três meses.

Dessa forma, apenas os 12.634 casos ativos, pessoas que ainda estão doentes, podem transmitir coronavírus. “São pessoas que ainda estão tratando a infecção. Mas nem todos esses vão transmitir porque muitos estão no fim daquele período de 14 dias. Como a recomendação é o isolamento domiciliar, esse risco é mais reduzido ainda. São pessoas que adoeceram, apresentaram sintomas ou não, estão em casa e estão sendo acompanhadas pelo serviço de saúde”, ressalta o infectologista.

O subsecretário salienta que o risco de contágio vai variar de acordo com a evolução da doença. Quanto mais próximo do início dos sintomas, maior a carga viral que a pessoa carrega. “Tem alguns pacientes que começaram os sintomas ontem, então o risco de contágio deles é maior. Mas temos nesse grupo de ativos quem sentiu os primeiros sintomas há 10 dias e a chance de contágio é muito pequena”, afirma.

Por isso, a recomendação para todos os pacientes que ainda têm o vírus é, nesse período inicial de 14 dias, ficar em isolamento domiciliar, sem contato com outras pessoas para evitar a propagação da doença. A grande maioria dos casos ativos está se recuperando em casa. Segundo dados de 9h desta quinta-feira (9), apenas 1.009 pessoas estão hospitalizadas tratando a infecção: 446 em leitos de Unidade de Terapia Intensiva (UTI) em hospitais públicos, 236 em UTIs da rede privada e 327 em leitos de enfermaria da rede pública (nos hospitais privados, não há leitos de enfermaria específicos para Covid), o que representa 7,98% do total de ativos.

Estabilização

Hage ressalta que a grande proporção de recuperados em relação aos ativos é um indicativo de que os casos estão próximos a um período de estabilização. “Ainda não podemos falar em redução de casos, a gente precisa analisar essa semana, mas os casos devem se estabilizar em breve”.

Quanto mais perto o percentual de recuperados for de 100%, menos casos novos serão confirmados. “Poucas pessoas estão com a infecção ativa e consequentemente poucas pessoas estão transmitindo coronavírus”, afirma.

Letalidade

Dessa forma, mais importante do que considerar os mais de 64 mil casos confirmados é analisar outros números relativas à doença. Entre eles, a taxa de letalidade que, no DF, é a menor do país. Ao lado de Santa Catarina e Mato Grosso do Sul, o DF tem taxa de 1,2% com dados atualizados às 18h de quarta (8).

A média do Brasil é 4%, mas chega a 5,2% no Ceará que tem 128.471 casos e 6.665 mortes e a 8,7% no Rio de Janeiro, com 126.329 casos e 10.970 óbitos. “O que faz diferença e contribui para uma baixa taxa de letalidade? É o que está sendo oferecido para o tratamento dos pacientes. No meio dessa pandemia conseguimos ofertar serviços de atenção primária de saúde, leitos hospitalares especialmente de UTIs e profissionais treinados para atender esses pacientes”, afirma Eduardo Hage.

O subsecretário de Vigilância à Saúde ressalta que a rede pública de saúde tem leitos de UTI suficientes para o tratamento de Covid-19 e que, para tratar a infecção, o leito precisa ter três equipamentos: monitor, bomba de infusão e respirador, que devem ser operados por médicos treinados, não necessariamente intensivistas. “Nunca alcançamos uma saturação de leitos de UTI. Não é uma oferta tranquila, mas esses leitos Covid têm suporte suficiente para os pacientes com coronavírus”, garante. Às 9h desta quinta-feira (9), a ocupação dos leitos de UTI na rede pública de saúde estava em 76,61%.

A testagem ampla da população também é um fator determinante para que a taxa de letalidade do DF seja baixa. O GDF testou mais de 363 mil brasilienses nos drive-thru, na testagem itinerante que percorreu regiões carentes, nas casas de acolhimento, no sistema prisional e nos servidores. “A quantidade de exames realizados no DF proporcionalmente ao tamanho da população é uma das mais altas do país. Com esses testes, conseguimos detectar o maior número de casos e indicar as medidas recomendadas para evitar a disseminação do vírus”, diz Eduardo Hage.
GIZELLA RODRIGUES, DA AGÊNCIA BRASÍLIA | EDIÇÃO: MÔNICA PEDROSO

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