Após a queda do camarote, que deixou 11 pessoas feridas em um bar no Distrito Federal, a Subsecretaria do Sistema de Defesa Civil interditou o local, neste domingo (14/4). O acidente aconteceu ainda na madrugada. Segundo o órgão de controle, há risco de progressão de colapso da estrutura.
“Foi emitido o termo de interdição de todo o estabelecimento”, pontuou a Defesa Civil. O órgão foi acionado pelo Corpo de Bombeiros Militar do Distrito Federal (CBMDF) para avaliar a situação do local após a queda.
O acesso na área interditada só poderá ser realizado sob responsabilidade de um profissional habilitado. Além da interdição, a Defesa Civil notificou o bar a prestar uma série de informações.
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“A desinterdição está condicionada ao cumprimento das exigências e só ocorrerá mediante termo de desinterdição, emitido pela Defesa Civil”, afiançou o órgão de fiscalização.
O que a Defesa Civil cobrou do bar?
– entrega de laudo com ART (Anotação de Responsabilidade Técnica) produzido por empresa ou profissional habilitado, que ateste a segurança estrutural e indique as causas e possíveis soluções para mitigação dos riscos encontrados;
– execução de serviço de manutenção para mitigação dos riscos e;
– isolamento imediato de todo o estabelecimento.
Pelo diagnóstico preliminar da Defesa Civil, houve um colapso da estrutura metálica da casa de shows. “Devido a atual situação, foi constatado risco devido às ferragens expostas e possível progressão do colapso da estrutura”, alertou.
Versão do bar
Após o desabamento do camarote, o Vitorino Bar e Cozinha disse que dará o apoio necessário às vítimas. “Estamos comprometidos a assegurar justiça e apoio a todos os afetados”, assinalou o estabelecimento, por meio de uma nota emitida pelo escritório de advocacia que representa o bar.
Segundo o comunicado, além do apoio às vítimas e suas famílias, o bar prestará também as informações necessárias para a investigação do desabamento.
“A segurança de cada pessoa em nossas instalações é a maior prioridade para nós, estamos profundamente consternados com o ocorrido”, seguiu o comunicado.
De acordo com a nota, a equipe de seguranças e brigadistas prestou apoio e os primeiros socorros às vítimas logo após a queda do camarote.
O bar assumiu o compromisso de adotar medidas para evitar episódios semelhantes. “Estamos revisando internamente todas as nossas políticas e procedimentos de segurança”, afirmou o bar.
11 vítimas socorridas
O espaço funcionava no mezanino do Bar Vitorino, na QNN 23 de Ceilândia. O acidente aconteceu por volta das 4h30, quando o Corpo de Bombeiros do Distrito Federal (CBMDF) foi acionado para socorrer as vítimas.
O DJ Edson Rodrigues ia começar a tocar quando o desabamento aconteceu. Segundo ele, o mezanino era uma área privativa do evento, e funciona como camarote, que estava lotado na hora. “Ele tinha acabado de passar por uma reforma. Aquele mezanino não existia. Na verdade, era o terceiro, quarto dia dele. Foi uma reforma recente do estabelecimento. Aí aconteceu essa infelicidade”, lamentou.
Segundo Rodrigues, o público estava concentrado no mezanino, mas a parte embaixo da estrutura estava relativamente vazia. “Não teve nenhum ferido tão grave por isso. Ninguém recebeu a pancada embaixo”, afirmou.
O DJ relembra que a estrutura começou a ceder e teria despencado devagar. “Foi meio que entortando”, explicou ele, acrescentando que a orientação dos donos do lugar sempre foi que evitassem uma quantidade muito grande de pessoas na parte de cima do bar, no camarote.
“O aviso que a gente tinha era esse: quando começar o evento, avisar para o pessoal se retirar daquela área. Porque tinha muita gente e eles já queriam evitar uma situação que poderia vir a ocorrer”, garantiu.
A estrutura metálica estava fixada a uma altura de aproximadamente 2 metros e meio. A responsável pelo bar disse aos bombeiros que, no momento do acidente, havia aproximadamente 100 pessoas no local. Não há informação sobre quantos clientes estavam no camarote no momento em que o mezanino cedeu.
As vítimas sofreram luxações, escoriações e fraturas e foram transportadas para hospitais da região. Todos foram identificados apenas pelas iniciais:
M.G.M, 19 anos, foi socorrida e levada ao HRT, com suspeita de fratura no membro inferior direito, consciente, orientada e estável.
C.C, 24 anos, também foi levada para o HRT, com um corte contuso no membro inferior esquerdo, consciente, orientada e estável.
D.O, 22, foi socorrido na mesma unidade de saúde e se queixava de dor na região da lombar. Ele estava com suspeita de fratura no membro inferior direito, consciente, orientado e estável.
A adolescente L.M.G, 15 anos, foi socorrida e transportada ao HRT, com suspeita de fratura na região torácica, consciente, orientada e estável.
L.B.P.S, 22 anos, foi para o HRT, com suspeita de fratura no membro inferior direito e queimadura no membro superior direito, consciente, orientada e estável.
M.E.L, 29, foi socorrida para o HRT, se queixava de dor no membro superior esquerdo e suspeita de fratura no úmero, consciente, orientada e estável.
D.N.M, 23, foi socorrida para o Hospital Regional de Ceilândia (HRC). Ela se queixava de dor no fêmur esquerdo, que apresentava edema e deformidade com motricidade comprometida. A jovem estava consciente, orientada e estável.
L.R.C, 30, foi socorrido e levado pelos bombeiros para o HRC, com fratura na tíbia, no tornozelo direito, sentia dor no quadril, corte no cotovelo esquerdo e ferimento abrasivo no abdômen, consciente, orientado e estável.
P.H.G.M, 31 anos, foi socorrido também no HRC, se queixando de dores nos braços e testemunhas relataram que ele teve perda de consciência, consciente, orientado e estável.
Outras duas vítimas do sexo feminino foram transportadas pela equipe do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu). O estado de saúde delas não foi divulgado, apenas que elas estavam conscientes, orientadas e estáveis.