Home Brasília Em meio a alerta mundial, Saúde encerra centro de operação contra H5N1

Em meio a alerta mundial, Saúde encerra centro de operação contra H5N1

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O Ministério da Saúde determinou o fim das atividades do Centro de Operações de Emergência em Saúde Pública Influenza Aviária (H5N1) em meio a um alerta mundial sobre uma possível mutação da doença. A decisão da pasta foi publicada na edição desta segunda-feira (22/1) do Diário Oficial da União (DOU).

“A COE Saúde Influenza Aviária serviu de mecanismo das ações de resposta frente ao evento de importância para a saúde pública, de que tratava a Portaria GM/MS nº 658, de 2 de junho de 2023”, diz o documento.

Morte de urso-polar

Um mês antes do encerramento das atividades do Centro de Operações, cientistas publicaram avisos sobre uma possível mutação da gripe aviária.

Segundo os especialistas, pela primeira vez na história um urso-polar morreu pela doença. O corpo do animal foi encontrado em dezembro de 2023, no Alasca.

A descoberta gerou preocupação na comunidade cientifica. Conforme relatado pelos estudiosos, a H5N1 evoluiu o suficiente para infectar mamíferos, incluindo humanos, e pode estar sofrendo mutações para se tornar mais mortal.

Mutações

Em humanos diagnosticados até agora, a H5N1 sempre gerou formas assintomáticas da infecção ou sintomas leves, mas, para o biólogo Alastair Ward, da Universidade de Leeds, no Reino Unido, o urso encontrado representa um problema.

“Os vírus da gripe são altamente adaptáveis e observamos mudanças genéticas muito específicas para que o H5N1 se adapte aos hospedeiros mamíferos”, indica ele em artigo publicado na plataforma de divulgação científica The Conversation.

O especialista elaborou uma lista de mamíferos que já foram infectados pelo H5N1 e indicou que os animais carnívoros têm tido maior quantidade de infecções graves e mortais. Para ele, esse pode ser um sinal de que o vírus está sendo transmitido por aves que serviram de alimento para esses animais.

Ward sugere que o futuro de várias espécies (incluindo dos ursos-polares, que já são ameaçados de extinção) está ligado aos exames genéticos que estão sendo feitos no corpo do animal encontrado.

“Devemos esperar que o o H5N1 encontrado no corpo não tenha grandes mudanças, mas também parece provável que a lista de mamíferos afetados continue a crescer, mas de forma lenta e entre carnívoros necrófagos [que se alimentam de um animal encontrado já morto] em particular, mas precisamos vigiar constantemente esse vírus”, diz o biólogo.

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