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Golpista “Don Juan” debocha de mulher após dívida de R$ 700 mil. Ouça

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Após gerar um prejuízo de, ao menos, R$ 700 mil para uma moradora do Distrito Federal, o estelionatário amoroso conhecido pela alcunha de “Don Juan” debochou da dívida acumulada pela vítima e chegou a dizer que “dinheiro não era tudo”.

Em poucos meses de relacionamento com Júlio César Santos de Morais Lima (foto em destaque), 43 anos, a mulher perdeu o apartamento próprio, o carro, um emprego estável de 15 anos e todo o dinheiro que tinha no banco.

Áudio enviado pelo golpista para Weslaine Moura Neves, 37, mostra a tentativa do homem de tentar ganhar tempo enrolando-a com falsas promessas de que pagaria o valor devido. A gravação foi enviada após ele tomar conhecimento de que estava sendo investigado pela Polícia Civil do DF (PCDF) pelo crime de estelionato amoroso.

Ouça o áudio:

 

Júlio César diz para a mulher que ela não precisa “pirar” e tenta convencê-la de que vai arcar com os pagamentos. Em determinado momento do áudio, ele acusa Weslaine de estar “desesperada por dinheiro”.

“Weslaine, deixa eu te falar, não precisa pirar por causa disso, não. Deixa eu te falar, eu vou pagar o ativo, eu vou pagar tudo, os cartões, tá bom? O que eu devo. Você pode pensar que eu não tenho nada, você pode pensar que eu tenho dinheiro escondido, mas infelizmente eu não tenho não. […] Não, você está desesperada por causa de dinheiro, para com isso. Dinheiro não é tudo na vida, não. Não tem nada em atraso”, afirma o golpista.

Com um débito de pelo menos R$ 700 mil no banco em razão de gastos com cartões de crédito e financiamento de carros no nome da vítima, o golpista ainda nega que esses pagamentos sejam dívidas e afirma ser um homem “correto”.

“Aí você vem me falar de dinheiro, de coisa, para com isso. Você acha que isso é dívida? Isso não é dívida, não. Esse é o problema? Sério, você fica desesperada por qualquer coisa. Você coloca o nosso Deus muito pequeno. Eu também sou correto com as minhas coisas”, afirma em outro trecho na conversa.

Na defensiva, Júlio César continua a falar na gravação que a vítima está o humilhando por cobrar o dinheiro e chega a intimidar a mulher ao dizer que Deus está do lado dele.

“Essa humilhação que eu sempre falei, ficar usando o nome dos outros para depois jogar na minha cara, né? Não tem problema, não. É como você falou, Deus é justo. [..] eu já perdi dinheiro uma vez, consegui de novo. Posso perder tudo de novo e conseguir outra vez, porque Deus está do meu lado, tá bom? Eu corro atrás, eu sei trabalhar e, primeiramente, eu sou filho de Deus”, diz ele.

Veja imagens do estelionatário:


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Lábia afiada

Com lábia afiada e demonstrando uma personalidade encantadora, o vendedor de carros Júlio César conheceu Weslaine em uma loja de escapamentos onde ela trabalhava. O golpista havia levado o carro para fazer uma instalação de um engate. Em pouco tempo, começaram a se relacionar.

No final de 2022, após poucas semanas de namoro, o casal decidiu morar no apartamento de Weslaine, em Ceilândia. “Ele sempre teve uma capacidade muito grande enredar e fazer tudo parecer um sonho. Eu caí no conto dele e deixei que conduzisse a minha vida”, contou. Em pouco tempo, o estelionatário fez com que a companheira pedisse demissão do emprego de 15 anos e mudasse com ele para Balneário Camboriú, em Santa Catarina.

Avalanche de contas

A vítima relatou que todas as despesas eram arcadas por ela. O golpista não tinha cartão de crédito e muito menos contas em banco. “Ele gostava de viver uma rotina de alto poder aquisitivo. Só almoçava e jantava fora e tomava café em padarias chiques”, explicou a vítima.

Weslaine contou que o “Don Juan” a convenceu a vender o ágio de seu apartamento — quase quitado — por R$ 180 mil e se desfazer de um Honda Civic. “Ele pegou uma Land Rover e R$ 25 mil em espécie após vender meu apartamento. Logo após nos mudarmos para Santa Catarina, onde ele me fez assinar um contrato de locação de uma casa por R$ 5 mil mensais”. lembrou.

Paralelo aos gastos nababescos do companheiro, Weslaine abriu novas contas e teve cartões de crédito com limites superiores a R$ 100 mil usados pelo golpista. “Pelo menos seis carros foram comprados e financiados em meu nome. Além disso, até a irmã dele usou meu dinheiro para comprar cinco televisões. Toda a família se esconde sob o falso manto da religiosidade”, contou.

A vítima descobriu, depois, que ele respondia a uma série de processos judiciais por estelionato. A mulher ainda achou um cartão em nome do pai de Júlio César, usado para esconder dinheiro retirado da conta dela. “Cheguei a pensar em tirar a minha vida, pois não via saída. Quando percebi, eu não tinha mais um centavo na conta e havia uma infinidade de carros financiados em meu nome e eu estava desempregada”, explicou.

A mulher expulsou o golpista de casa, registrou ocorrência de estelionato e requereu medidas protetivas para que o golpista se afastasse dela.

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