Cerca de 1,9 mil vigilantes que atuam na rede pública de saúde do Distrito Federal iniciaram uma greve. O movimento paredista começou por volta das 7h desta segunda-feira (12/3), devido a atrasos no pagamento de salários. A medida foi anunciada pelo sindicato da categoria (Sindesv-DF) no sábado (9/3).
No dia seguinte, o Tribunal Regional do Trabalho da 10ª Região (TRT-10) determinou a suspensão da greve. No entanto, o Sindicato dos Vigilantes do Distrito Federal informou que não foi notificado da decisão e, por isso, manteve a medida.
A categoria decidiu parar as atividades devido a atrasos nos pagamentos de salários, vale-alimentação e férias. Até a mais recente atualização desta reportagem, as empresas Ipanema e Aval ainda não tinham pagado os trabalhadores.
O vencimento básico dos profissionais é de R$ 3,5 mil – inclusa a cobertura por risco de vida –, com pagamento de adicional noturno quando é o caso. Já o valor do tíquete-refeição é de, aproximadamente, R$ 700 por mês.
O deputado distrital Chico Vigilante (PT) chegou a participar de uma reunião com representantes da Secretaria de Saúde do Distrito Federal (SES-DF), na última quinta-feira (7/3), mas não houve acordo. Além disso, as empresas não teriam dado explicações aos contratados, segundo o parlamentar.
O sindicato detalhou que a greve afeta o Hospital Materno Infantil de Brasília (Hmib), o Hospital de Apoio, além de unidades básicas de saúde (UBSs) e de hospitais em Brazlândia, em Ceilândia, no Guará, em Planaltina, em Taguatinga e em Samambaia.
Decisão do TRT-10
A decisão liminar de suspender a greve partiu do presidente da Corte, desembargador Alexandre Nery de Oliveira, que atendeu a pedido do Governo do Distrito Federal (GDF).
Com a determinação descumprida, os vigilantes podem ser multados em R$ 10 mil por hora não trabalhada. A Justiça considerou a paralisação abusiva por falta de aviso prévio e por não terem se esgotado os meios de negociação possíveis, segundo o desembargador.
Além disso, o magistrado acolheu a argumentação do GDF de que a greve não seria permitida por afetar um serviço público essencial – no caso, a saúde.
O Metrópoles tentou contato com as empresas Ipanema e a Aval, para tratar das denúncias sobre os atrasos, mas não teve retorno. O espaço segue aberto para eventuais manifestações.