Presa preventivamente, nas primeiras horas desta quarta-feira (24/4) em uma operação deflagrada pela Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF), a influenciadora Rhaynara Didoff (na foto em destaque, à direita) é uma das atrizes que participou da minissérie Quadradim, exibida recentemente pela Rede Globo Brasília.
Maconha líquida: saiba quem são as “influenciadoras do bagulho” no DF
Com mais de 38 mil seguidores no Instagram, Rhaynara se apresenta em seu perfil como atriz, cantora e humorista.
Durante as apurações, investigadores da Coordenação de Repressão às Drogas (Cord) identificaram e colheram provas materiais de que a influenciadora foi contratada pela rede de tráfico para fazer propaganda das “canetas” e refis com óleo de maconha traficados pela rede criminosa país afora.
Por meio de publicações na rede social, a influencer fez postagens sobre a participação dela na minissérie e comemorou a oportunidade.
“Sempre sonhei em ser atriz, conseguir realizar essa minissérie foi mais do que um sonho realizado. Saiba que você não pode desistir, nem quando disserem que você não iria conseguir… Tente quantas vezes for possível, meu nobre”, disse.
A produção, que celebra os 64 anos de Brasília, foi transmitida neste mês aos sábados. Com uma visão bem-humorada das histórias da capital do país, a minissérie conta sobre um jovem que bateu a cabeça e perdeu a memória. Por conta do acidente, ele precisa da ajuda dos amigos para relembrar os lugares que gostava na cidade.
Veja a participação da influencer na minissérie:
“Consumo de canetas mágicas”
Nas imagens publicadas em seus Stories, a influencer aparece utilizando as canetas e recomenda o consumo da droga, além de divulgar o link dos sites que traficam a maconha em sua forma líquida.
Em tom bem-humorado, a blogueira publica sua rotina de vida em paralelo ao consumo das “canetas mágicas”.
Rhaynara e outras duas influenciadoras presas pela Cord responderão pelo crime de tráfico de drogas e associação para o tráfico. O trio foi alvo de mandado de prisão preventiva e deverá ser encaminhado para o Presídio Feminino, a Colmeia, no Gama.
Veja imagens das “influenciadoras do bagulho” presas na Operação Refil Verde, da PCDF:
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A investigação
As investigações da Operação Refil Verde desmantelaram um esquema que operava lavagem de dinheiro, tráfico internacional de drogas e crimes contra a saúde pública.
A organização criminosa, liderada por um casal de empresários de São Paulo, adquiria contas bancárias em nome de terceiros e utilizava empresas fantasmas para lavar o dinheiro do tráfico. A operação cumpre nove mandados de prisão e 12 de busca e apreensão no Distrito Federal, Rio de Janeiro e em São Paulo.
O grupo criminoso mantinha websites e contas em redes sociais para o comércio eletrônico dos produtos, informando que estavam vendendo remédios para diversos tipos de doenças. Os traficantes utilizavam-se de números internacionais para o contato com os clientes por meio do WhatsApp.
Nesse momento, entrava em ação o trabalho dos influenciadores digitais. Alguns deles eram contratados país afora para divulgar a venda da droga em seus perfis no Instagram.
“Rota da cera”
Sofisticado, o esquema internacional de logística, organizado para trazer os refis com óleo de maconha da Califórnia (EUA), chamou a atenção dos investigadores.
O casal de traficantes adquiria o óleo da erva de fornecedores americanos. Em seguida, a droga era minuciosamente escondida dentro de potes de cera para depilação. Em seguida, os milhares de vasilhames deixavam o país norte-americano em aviões comercias.
A droga costumava aterrissar em solo paraguaio e cruzava a fronteira com o Brasil por meio de Foz do Iguaçu, no Paraná. Em sua última parada, a maconha em sua forma líquida chegava a São Paulo. Dentro de depósitos de propriedade dos criminosos, o óleo da droga era extraído com a ajuda de seringas e colocado dentro dos refis.
A grande sacada dos traficantes vinha logo em seguida. A droga já devidamente envazada era camuflada dentro de colas em bastão e logo depois enviada via correios para todo o país.
O volume de droga enviada, segundo os investigadores era imenso, com usuários espalhados por todo o Brasil.