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Kaynã Munduruku denuncia FUNAI e ONGs indigenistas.

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Kaynã Munduruku

Kaynã Munduruku: Manaus — capital do Estado do Amazonas, cidade moderna com dois milhões de habitantes — está cercada de águas e florestas quase intactas.

Eis aí, já no início da nossa viagem, uma constatação visual oposta à falácia de que estamos queimando a Amazônia. E o fato concreto é que 97% do Estado do Amazonas encontra-se preservado!

Andando pelas ruas, encontramos brasileiros indígenas dispersos no meio da população. No dia 19 de junho, na Assembleia Legislativa, participamos de um Seminário das populações mestiças. Após nossa palestra, cujo tema foi “Princesa Isabel, a Redentora — mito ou realidade”, fomos procurados pela simpática índia Kaynä Munduruku, 41 anos, conhecida jornalista e radialista. Ela ficara encantada com a história da Princesa Isabel, que infelizmente não é contada nos livros escolares.

Depois de gravarmos uma entrevista para a sua rádio Tribos do Norte, conversamos longamente e nos impressionamos com o relato da sua vida pessoal, um verdadeiro depoimento para a história. Ela descende de várias etnias, como Munduruku, Sateré-Mawé e Mura. Seus antepassados são originários do Pará, onde o povo está enraizado e mantendo muito viva a sua língua.

Como qualquer amazonense do interior, Kaynä não calcula as distâncias por quilômetros, mas por dias de viagem em barco; e a essa informação um tanto imprecisa acrescenta-se uma particularidade pitoresca: rio acima ou rio abaixo. Até os 14 anos, quando faleceu seu pai, ela habitava em plena selva, em local isolado num dos braços do Rio Madeira, município de Manicoré. A que distância? Três dias de barco até Manaus… rio abaixo.

Perseguição e denúncia

Kaynä possui uma personalidade e capacidade de expressão fora do comum, a julgar pelo tempo de contato que tem com a cidade. Foi muito perseguida pela estrutura indigenista petista, mas não abre mão de sua independência. Gravou um vídeo num linguajar cauteloso e ponderado, mas também corajoso, em que faz uma denúncia contra a FUNAI e as ONGs indigenistas.

Ela mostra que a situação mudou para os povos indígenas. Eles estão despertando, querendo mais liberdade, e não aceitam que antropólogos e indigenistas “imponham a nossa identidade”, pois “sabemos quem somos”. Também as ONGs se meteram muito na questão indígena, fazendo com que milionários donos de ONGs, e os indígenas que se aliaram a eles, estejam muito bem de vida, enquanto os povos indígenas que realmente precisam estão na mais extrema miséria. Não têm nada, e muitos vivem como mendigos na rua, viciados em álcool.

Kaynä conclui: “O que precisa ser feito para os povos indígenas é dar-lhes oportunidade de trabalhar. Quem vai conseguir comprar suas coisas com uma bolsa família, ter uma vida boa e saudável? Não consegue. O índio precisa produzir. Não é preguiçoso, é capaz e tem uma inteligência grande. Sabe plantar, sabe produzir, só precisa de oportunidade. Com seu trabalho, os indígenas darão uma grande contribuição para a economia do Brasil”.

A fala da Kaynä contrasta com as imposições dos indigenistas e da nova eco-teologia, que propagandeiam o isolamento e a vida primitiva na pobreza. No vídeo de Kaynä* aparece o cacique Miguel de Santarém protestando contra o procurador Luís de Camões Boaventura, do Ministério Público Federal, por ter declarado abertamente que os índios devem viver na aldeia, na pobreza e na subsistência.

*Sínodo da Amazônia: Os índios querem mesmo ficar na selva? Veja o que eles dizem:

 

Link original da matéria

Depoimentos obtidos por dois jornalistas de Catolicismo, Paulo Henrique Chaves e e Nelson Ramos Barretto, e publicados na edição Nº 825, setembro/2019.

Por: Agência Boa Imprensa

 

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