A Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF) deflagrou uma operação, nesta quarta-feira (27/3), para apurar fraudes em cartões corporativos de vale-alimentação de empresas localizadas no Setor Complementar de Indústria e Abastecimento (SCIA). Segundo as investigações, os criminosos teriam faturado milhões de reais desviando os valores dos cartões.
As diligências da 8ª Delegacia de Polícia (SIA) apontaram que o grupo investigado era comandado por uma mulher que trabalhava como chefe do setor de recursos humanos de uma empresa no SCIA. A investigada era responsável por habilitar os cartões corporativos de vale-alimentação.
A fraude era realizada no momento em que as empresas demitiam os funcionários, porém a chefe do setor de recursos humanos não dava baixa nos cartões corporativos e, portanto, subtraía os cartões das empresas e repassava para os comparsas revenderem os créditos dos cartões no mercado clandestino.
A empresa continuava pagando o ticket alimentação acreditando que o funcionário ainda estava ativo. Nessa empresa alvo dos golpistas foi apurando que eram mais de 50 funcionários que já tinham sido demitidos, mas os cartões ainda estavam ativos havia quatro anos. A fraude teria causado prejuízo efetivo no montante de R$ 406 mil nesta empresa em específico, mas a polícia acredita que o rombo esteja na casa dos milhões, em se tratando de outras empresas.
Conforme apurado pela PCDF, os criminosos ofertavam, posteriormente, o crédito do vale-alimentação em supermercados da capital para clientes que iriam realizar compras no estabelecimento. Em troca, recebiam o dinheiro do cartão em espécie ou via Pix na conta de laranjas.
Nesta quarta-feira, foram bloqueadas as contas dos investigados, bem como apreendida grande quantia de dinheiro em espécie na residência dos investigados, inúmeros cartões corporativos de funcionários já desligados das empresas e diversas anotações contendo as senhas de ativação de cartões.
“Estamos apurando o envolvimento do grupo nesse marcado de créditos de vale-alimentação com outros envolvidos. Muitas empresas vêm sofrendo com esse tipo de golpe realizado pelos próprios funcionários”, disse o delegado Rodrigo Carbone, da 8ª DP.