Anunciadas no último dia 16, as mudanças no Sistema de Bilhetagem Automática (SBA) do transporte coletivo do Distrito Federal tiveram início em fase de testes. Desde então, mais de 130 ônibus receberam validadores que aceitarão pagamentos por meio eletrônico. A partir de 1º de julho, começará a transição gradual entre modelos, com veículos que não poderão mais dinheiro em espécie, como divulgado em portaria publicada no Diário Oficial (DODF).
Os 134 ônibus na etapa de testes circulam atualmente pelas seguintes regiões administrativas: Águas Claras, Ceilândia, Guará, Park Way e Taguatinga. Depois de concluída a transição, os coletivos só receberão pagamentos com cartões Mobilidade, Vale-Transporte, de débito e de crédito. Os passageiros também poderão usar smartphones, smartwatches ou pulseiras inteligentes para passarem pelas roletas.
O pagamento com cartão bancário, de débito ou crédito, não permitirá a integração entre mais de um transporte coletivo. No caso dos Mobilidade e Vale-Transporte, os passageiros continuarão a poder embarcar até três vezes no mesmo sentido, em um intervalo de até três horas, pelo preço máximo de R$ 5,50.
Secretário de Transporte e Mobilidade, Zeno Gonçalves afirmou que o uso de dinheiro no transporte coletivo diminuirá de maneira gradativa, para evitar ao máximo impactos no dia a dia da população.
“A partir de 1º de julho, implantaremos em linhas nas quais o pagamento em espécie é pequeno. À medida que houver adesão, ampliaremos para as outras linhas a retirada do dinheiro em espécie. A projeção é de que, até o fim do ano estejamos com 100% de adesão e um sistema totalmente automatizado”, estimou Zeno.
Em 2023, segundo a Secretaria de Transporte e Mobilidade (Semob), o pagamento da passagem com dinheiro em espécie representava R$ 278.501.638, o equivalente a 31% do total de acessos aos ônibus do DF. Em 2024, o volume, até o momento, é de R$ 84.937.971, equivales a 29% do total de viagens.
Cobradores contra a medida
Presidente do Sindicato dos Rodoviários do Distrito Federal (Sittrater-DF), João Jesus de Oliveira ressaltou que a categoria é “totalmente contra a retirada dos cobradores” dos ônibus. Ele lembrou que esses profissionais atuam não só com entrega de troco a passageiros, mas também com auxílio ao motorista, a idosos e a cadeirantes.
João Jesus acrescentou que o sindicato não teve conversa direta com representantes do governo local para que houvesse um debate sobre o assunto. “Vai ter muita dificuldade para algumas pessoas. Alguém pode não ter consigo um celular que possa pagar com Pix, ou, às vezes, um cartão [na bolsa]”, alertou.
Em relação aos cobradores, o secretário Zeno Gonçalves declarou que não há risco de demissão desses trabalhadores com a adoção do novo sistema. “No momento em que a linha estiver toda mudada [para receber pagamento eletrônico], o cobrador poderá ser um agente de recarga ou venda de cartões dentro das concessionárias”, exemplificou. O chefe da Semob asseverou, ainda, que a modernização não levará a reajustes nos preços das tarifas.
Com informações da Agência Brasília