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Mossoró: PM improvisa lanche em meio a intensa busca por fugitivos

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As intensas buscas pelos fugitivos da Penitenciária Federal de Mossoró — Deibson Cabral Nascimento e Rogério da Silva Mendonça — têm levado o forte efetivo policial a empregar toda energia nas difíceis incursões em mata fechada. Os agentes de segurança se desdobram para fechar o cerco aos criminosos nas rodovias, estradas de terra e plantações da zona rural de Baraúna, no Rio Grande do Norte. Uma foto que circula nas redes sociais, atribuída a um policial militar do Ceará que atua nas buscas, mostra um lanche improvisado na mata.

Na imagem, o militar come melão, uma das frutas cultivadas na região. Devido à proximidade com a divisa do Rio Grande do Norte com o Ceará, a Secretaria de Segurança Pública e Defesa Social do Ceará (SSPDS-CE) enviou 100 policiais ao estado vizinho para auxiliar nas buscas.

Na última quarta-feira (28/2), o secretário de segurança do Ceará, Samuel Elânio, afirmou que a inteligência da pasta e das polícias Civil e Militar também dão suporte na força-tarefa. O secretário detalhou que 100 homens do Batalhão Especializado de Polícia do Interior (Bepi) trabalham na região em conjunto com a Polícia Federal (PF).

No total, cerca de 600 policiais, incluindo 100 integrantes da Força Nacional, estão envolvidos na operação de procura dos fugitivos. Drones e helicópteros também são utilizados nas buscas.

Guerreiros do sertão

De acordo com o tenente-coronel Cavalcante, comandante do Bepi da PMCE, o batalhão é especializado em combater grupos criminosos. “Além das missões específicas no combate a grupos criminosos, ‘cangaço novo’, e questões de roubos a instituições financeiras e carros-fortes, o Bepi combate o ingresso de criminosos e contrabando de armas, drogas, objetos e ilícitos, dando suporte também ao policiamento local no interior do Estado, fazendo o patrulhamento de alto risco nos locais de difícil acesso. O batalhão promove o policiamento rodoviário em regiões inóspitas, bem como atua de forma proficiente nas divisas do Estado, objetivando o combate aos crimes, como a entrada de armas ilícitas, contrabando e descaminho, seja por via terrestre ou marítima, informa.

Fundado em 18 de fevereiro de 2019, o Bepi, pertencente ao Comando de Policiamento de Choque (CPChoque), surgiu com a alteração da Lei de Organização Básica da PMCE. Esta unidade especializada é encarregada de lidar com ocorrências de alta complexidade em todo o território estadual

Perdidos e cercados
Fugindo há 18 dias, os criminosos parecem estar perdidos. Rastros apontam que a dupla estava perto da divisa do Rio Grande do Norte com o Ceará quando passou a retornar, por cerca de 8 km, em direção à Penitenciária Federal de Mossoró, onde estava presa.

Os criminosos passaram cerca de oito dias escondidos em uma casa localizada em área isolada, em Três Veredas, a cerca de 10 km do centro de Baraúna. Contudo, em vez de se afastar, seguiram no caminho inverso, sentido penitenciária, na região de Riacho Grande.

Conforme a coluna noticiou, a dupla foi vista pela última vez em uma plantação de bananas e milho. O local é próximo à Reserva Nacional da Furna Feia, onde integrantes da força-tarefa estão concentrados. A área foi completamente cercada.

O território é rico em cavernas e também conta com diversas propriedades que cultivam frutas e legumes. Veículos de passeio e de transporte de cargas são vistoriados minuciosamente por policiais em todas as entradas e saídas dos povoados.

Comparsas presos
Um homem que não teve a identidade revelada acabou preso na quinta-feira (29/2), em Fortaleza (CE), sob suspeita de ajudar os dois presidiários fugitivos. No total, seis pessoas foram detidas desde o início das buscas.

Segundo os investigadores, o homem seria “parceiro forte” dos fugitivos. A polícia ainda suspeita que haja mais pessoas ajudando os presidiários na fuga.

Entre os seis detidos por ajudarem os criminosos, dois deles acabaram presos em flagrante com drogas e armas. Um terceiro tinha mandado de prisão em seu nome e foi detido pela Polícia Federal em Quixabeirinha, em Mossoró.

Os fugitivos ficaram escondidos por oito dias no terreno do mecânico Ronaildo da Silva Fernandes, 38 anos. Segundo os investigadores, ele recebeu R$ 5 mil para que os criminosos se escondessem no local. Ronaildo foi preso na última segunda-feira (27/2).

Um irmão de um dos fugitivos também está detido. Ele tinha condenação por roubo e participação em organização criminosa. Além disso, o homem estava com mandado de prisão em aberto.

 

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