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Mulher vota em mulher.

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Apenas 35% das candidaturas no DF são femininas. Percentual é baixo em relação a esse público na sociedade.

Dados do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) informam que, no Distrito Federal, apenas 35% das 867 candidaturas registradas para as Eleições 2022 são femininas. O número ainda é baixo, no entanto é o maior percentual desde 1998, quando apenas 18% dos 752 candidatos eram do sexo feminino, de acordo com o órgão. Em comparação com o índice nacional, Brasília tem proporção equiparada — 34% dos 28.829 postulantes que irão disputar o pleito, são mulheres.

“A mulher garante seu espaço cada vez mais na política. No entanto, ainda é muito baixo se comparado com os homens”, acredita Renata d’Aguiar (PMN), um dos principais nomes para o cargo de deputada distrital deste ano.

Na opinião da economista, que vai para sua segunda disputa após ter chegado a cerca de 4 mil votos em 2018, ingressar com a candidatura é o primeiro obstáculo. “O segundo é ser votada. Mulher precisa ter a consciência de votar em mulher. Mulher precisa escolher pessoas que as represente de fato, sinta suas dores, seus temores, saiba o que precisa e tenha noção e sensibilidade para resolver”, argumenta Renata d’Aguiar. “Mas os homens também podem ajudar nesse processo, pois são maridos, filhos, irmãos e pais de mulheres. Eles também podem e devem ter a responsabilidade de reconhecer a capacidade feminina à frente dos cargos eletivos”, completa.

Desde setembro de 2009, a Lei nº 12.034/2009 obriga que cada partido ou coligação tenha o mínimo de 30% e o máximo de 70% para candidaturas de cada sexo. A legislação aprovada naquele ano, além de outras mudanças nas regras eleitorais, são fatores de extrema importância para o aumento no percentual de mulheres na política.

Mesmo destacando os avanços — garantidos pelas mudanças institucionais dentro dos partidos, o país ainda está longe de ser um exemplo, pois temos uma das menores taxas de representatividade feminina no mundo. Em um ranking de 187 países, o Brasil ocupa a 142º posição.

O ambiente político atual brasileiro tem grupos masculinizados. A violência de gênero também é muito comum e, infelizmente, muitas mulheres que adentram a política sofrem com isso, fator que desincentiva outras mulheres a seguir o mesmo rumo. Então, além das regras, é preciso mudar a cultura da sociedade como um todo, para que as mulheres consigam ocupar o espaço político de forma igualitária, com o mesmo poder de decisão e de voz que os homens têm hoje.

Além da mudança cultural, é preciso acompanhamento e fiscalização, para que as legislações sejam cumpridas e aqueles que não cumpram as normas, sejam punidos. Em 2018, por exemplo, já se aplicava a regra dos 30%. Contudo, os partidos colocaram candidaturas femininas laranjas, apenas para dizer que seguiram a lei, mas não disponibilizaram recursos para elas naquele ano.

As desigualdades se refletem, principalmente, no apoio político, financeiro e técnico para as campanhas femininas, o que prejudica muito as chances de vitória. É preciso avançar no debate e entender que não basta a cota na ‘largada’ da campanha política, mas também na ‘chegada’, por meio da reserva de cadeiras, especialmente no Poder Legislativo.

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