Mulheres negras do Distrito Federal cuidam mais da casa do que brancas, e muito mais do que homens, segundo um estudo do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). A pesquisa aponta que as negras do DF têm 1,6 hora a mais de trabalho doméstico não remunerado, semanalmente, que brancas. Quando comparado aos homens negros, as mulheres pretas ou pardas trabalham pela casa 8,8 horas a mais por semana.
Os números são do estudo Estatísticas de Gênero — Indicadores sociais das mulheres no Brasil, divulgado nesta sexta-feira (8/3) pelo IBGE, com dados até o ano de 2022. A análise do Instituto também mostra outros recortes importantes para leitura do contexto de gênero no DF.
Em relação ao emprego, por exemplo, as mulheres ocupam 39,9% dos cargos gerenciais na capital do país, o que é a maior proporção desde 2017, mas ainda representa disparidade em relação ao cenário masculino. As moradoras do DF nessas posições de gerência ganham apenas 61,7% do salário dos homens na mesma posição.
A qualificação educacional delas, porém, se destaca em Brasília e chega a passar os homens. O Distrito Federal foi a unidade da federação com o maior percentual de mulheres com ensino superior do Brasil, na pesquisa.
Ao todo, 31,6% das mulheres residentes do DF com 14 anos ou mais de idade completaram o ensino superior, valor superior ao apresentado pelos homens, de 27,8%. Ainda chama atenção que 72,6% das mulheres com 25 anos ou mais de idade tinham 12 anos ou mais de estudo, também o maior percentual do país.