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Pinheiros da década de 1980 são derrubados em floresta no Paranoá

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A derrubada de uma parte da vegetação da Floresta Distrital dos Pinheiros, no Paranoá, chamou a atenção de moradores e motoristas que circulam diariamente pela região. Preocupados, eles chegaram a denunciar para a Ouvidoria do Governo do Distrito Federal (GDF) uma possível situação de remoção ilegal dos pinheiros.

O Instituto Brasília Ambiental (Ibram), que é responsável pela floresta distrital, esclareceu, no entanto, que a retirada da vegetação − que não faz parte do bioma do Cerrado – foi autorizada e é realizada por uma empresa particular.

“Apesar dos pinheiros estarem em uma área hoje definida como protegida, a madeira foi plantada pela Proflora na década de 1980, e é patrimônio da empresa pública, que está sendo liquidada. Os pinheiros são exóticos, não são de espécie nativa do Cerrado”, informou o Ibram.

Assim, os pinheiros retirados serão destinados para serralherias, bem como produção de lenha, conforme apurado pela reportagem.


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A floresta distrital é uma Unidade de Conservação de uso sustentável. Com cobertura florestal de espécies nativas ou exóticas, a área tem como objetivo o uso múltiplo dos recursos florestais e a pesquisa científica, voltada para métodos de exploração sustentável de florestas.

Inicialmente denominada como Parque Vivencial Pinheiro, a Unidade de Conservação situada no Paranoá foi recategorizada, pelo Decreto nº 38.371, de 27 de julho de 2017, para Floresta Distrital dos Pinheiros.

A unidade situada no Paranoá visa promover o manejo sustentável dos recursos materiais renováveis, proteger a biodiversidade, recuperar as áreas degradadas e favorecer a educação florestal e ambiental.

De acordo com o Ibram, apesar da retirada dessa vegetação, a unidade permanecerá como floresta distrital e a definição de uso público da área será definida no seu plano de manejo.

Grilagem de Terras

O Instituto Brasília Ambiental e a Secretaria DF Legal também informaram que receberem denúncias de uma suposta invasão na floresta distrital. Segundos os denunciantes, grileiros teriam cercado uma parte da área e estariam demarcando lotes para venda.

Por meio de nota, o Ibram informou que o órgão apura a grilagem denunciada na área e está no cronograma de fiscalização da pasta.

Já o DF Legal disse que realizou diligência fiscal no dia 25 de março no local e que não identificou qualquer parcelamento da área. “Caso, após a visita da DF Legal, tenha sido iniciado o parcelamento irregular daquela área, que é atribuição desta secretaria fiscalizar, a pasta irá retornar ao local para adoção das medidas legais cabíveis”, pontuou.

Pinheiros do Parque da Cidade

Em agosto do ano passado, a Companhia Urbanizadora da Nova Capital (Novacap) iniciou a retirada dos 1.628 pinheiros localizados no Parque da Cidade para replantio de 3,1 mil árvores do Cerrado e exóticas no local.

Os pinheiros, que não são típicos do Cerrado, foram plantados há mais de 40 anos e apresentavam ameaça à segurança dos visitantes. O estacionamento 3, por exemplo, ficou interditado por quase um ano, meses após o estudante Pedro Miguel Rodrigues Cardoso, de 15 anos, ser atingido por um galho de 15 metros.

Com o impacto, o jovem sofreu uma parada cardiorrespiratória e foi internado em um hospital particular de Taguatinga por seis meses. O acidente deixou o Pedro tetraplégico. Uma idosa também foi atingida no mesmo dia e teve a perna fraturada.

As árvores que substituirão os pinheiros no Parque da Cidade Dona Sarah Kubitschek, em Brasília, levarão cerca de 10 anos para fazer um “sombreamento total” na área dos estacionamentos 4 e 5.

A Companhia Urbanizadora da Nova Capital (Novacap) estima que elas devam começar a dar um pouco de sombra a partir do quarto ano do plantio, entre novembro e dezembro de 2027.

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