A Polícia Civil e o Ministério Público do Distrito Federal (MPDFT) deflagraram, nesta quarta-feira (6), uma operação que investiga desvio de verbas do Programa de Descentralização Administrativa e Financeira (Pdaf), que garante recursos para execução de pequenas reformas nas escolas públicas da capital.
Os investigadores cumprem 17 mandados de busca e apreensão em empresas, na casa de servidores da Secretaria de Educação e na regional de ensino do Recanto das Emas. Uma pessoa foi presa por porte ilegal de arma de fogo.
De acordo com a Polícia Civil, as investigações começaram em 2020, a partir de suspeitas de que empresas contratadas pela coordenação da regional de ensino do Recanto das Emas estariam vinculadas a servidores da pasta. A investigação aponta que pessoas jurídicas usavam “notas frias” para atestar serviços não prestados, com superfaturamento de valores.
Os policiais disseram que o esquema foi possível com a participação da associação administrativa da regional do Recanto das Emas, por meio do presidente. Os policiais não divulgaram nome dos suspeitos.
De acordo com os agentes, foi possível identificar a forma de agir dos investigados. Os policiais informaram que um grupo de empresas ligadas aos servidores simulavam competições entre si, direcionando os certames de contratação de obras de serviço.
“Dessa forma, o grupo era sistematicamente beneficiado e praticava o superfaturamento de valores, já que a logística adotada compromete por completo a efetiva fiscalização das prestações de contas”, disse a Polícia Civil.
Até às 8h30, os policiais haviam apreendido uma arma de fogo, cerca de R$ 40 mil e 3 mil dólares.
Suspeitas
Os policiais disseram que encontraram “fortes indícios” de que as principais empresas envolvidas no esquema foram constituídas e são administradas por servidores da própria coordenação regional de ensino do Recanto das Emas ou por pessoa ligada a eles.