A integração entre as forças de segurança que trabalham para recapturar os dois fugitivos da Penitenciária Federal de Mossoró (RN) começa a gerar desconforto entre as corporações. O policial penal estadual Eilson Carlos, conhecido como Bião, dirigiu críticas contundentes à tropa da Força Nacional.
Ele afirmou que os policiais estão apenas realizando manobras pirotécnicas com viaturas, sem resultados práticos, e alertou para o aumento da criminalidade na cidade. “A única coisa que a gente vai encontrar aqui num futuro próximo é muita mulher buchuda”, afirmou, fazendo alusão aos policiais que estariam se relacionando com mulheres da cidade.
Bião argumentou que os efetivos das forças federais são excessivamente vaidosos e não permitiram que o grupo de policiais locais, que possui um conhecimento aprofundado da região, participasse das operações de busca na mata para tentar recapturar Rogério da Silva Mendonça e Deibson Cabral Nascimento, membros do Comando Vermelho (CV).
Desempenho vergonhoso
Segundo Bião, a Força Nacional teve a oportunidade de capturar os fugitivos, mas os deixou escapar. Ele criticou duramente a abordagem, rotulando o desempenho da corporação como vergonhoso, e argumentou que, se o grupo tivesse agido com mais inteligência, teria obtido sucesso.
Com 23 anos de experiência no sistema prisional potiguar, Bião destacou que, em tempos passados, pelo menos cinco presos fugiam diariamente das unidades estaduais de Mossoró, mas todos eram recapturados. Ele lamentou o desperdício de recursos com a presença da Força Nacional na região, afirmando que esse dinheiro poderia ser investido em melhorias para a cidade.
“A comissão da Mulher Advogada vem, dia a dia, se empenhando em contribuir com o fim da violência de gênero. Nesse sentido, as afirmações do policial penal expressaram total desrespeito às mulheres mossoroenses, deixando evidente a tão combatida cultura machista arraigada em nossa sociedade. Assim, esta Comissão não pode calar nem ser conivente diante do referido pronunciamento”, continuou a nota.
A comissão relembrou, ainda, que a cada dois segundos uma mulher é vítima de violência física ou verbal no Brasil. “Não se deve aceitar, sob qualquer hipótese, que, em nome da liberdade de expressão, homens venham a ofender mulheres publicamente”.