O Ministério Público de Goiás (MPGO) deflagrou a Operação Vinte por Cento, nesta sexta-feira (1º/3), para desarticular um suposto esquema de corrupção na Prefeitura de Formosa (GO), no Entorno do Distrito Federal.
O MPGO descobriu que o grupo investigado cobrava 20% de propina sobre contratos públicos nos valores de R$ 2 milhões (R$ 400 mil), R$ 4 milhões (R$ 800 mil) e R$ 10 milhões (R$ 2 milhões).
As equipes de investigadores cumpriram mandados de busca e apreensão no gabinete da Procuradoria-Geral do município, no prédio da prefeitura.
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Além disso, o juiz Francisco Gonçalves Sabóia Neto, da 3ª Vara Criminal de Formosa, tornou o procurador-geral do município e advogado Leonardo Cândido Martins Bonini réu no processo sobre o caso em andamento na Justiça.
Leonardo foi afastado das funções e proibido de deixar Formosa, assim como acessar as dependências da prefeitura – a não ser por meio de autorização judicial –, sob pena de prisão em caso de descumprimento.
Ele também está proibido de entrar em contato com os demais investigados no processo e deverá comparecer ao tribunal mensalmente.
Provas
As equipes do MPGO apreenderam computadores, que serão submetidos a análise do serviço de inteligência da instituição para coleta de provas.
As investigações ocorrem há, aproximadamente, dois anos. O Ministério Público conseguiu descobrir o esquema de desvio de recursos públicos e corrupção a partir da delação premiada de empresários e ex-servidores públicos.
Servidores da 13ª Delegacia Regional de Polícia de Goiás (Posse) e da Coordenação de Inteligência e Segurança do MPGO auxiliaram na operação desta sexta-feira (1º/3), e representantes da seccional de Formosa da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) acompanharam as buscas.
Réus
O esquema teria ocorrido durante a administração do ex-prefeito Ernesto Guimarães Roller, entre 2017 e 2019, e do atual, Gustavo Marques de Oliveira, entre 2020 e 2024. Ambos são réus no processo.
Para o MPGO, também participaram do esquema o ex-secretário de Finanças de Formosa Luís Gustavo Nunes Araújo; o ex-secretário de Obras Jorge Saad Neto; além de integrantes da gestão de Ernesto. Os dois ex-secretários também são réus
O secretário de Obras, Elmon Abadio de Oliveira, e o secretário de Administração, Antônio Alves de Freitas Júnior, integrantes do governo de Gustavo também são acusados.
Propina e fraude
As investigações do MPGO revelaram um esquema com suposto pagamento de propina, fraude a licitação, corrupção passiva e peculato, que teriam sido praticados pelos réus.
Caso sejam condenados, eles podem receber penas superiores a 20 anos de reclusão. No caso do procurador-geral Leonardo Cândido, a sentença pode prever mais de uma década.
Em caso de condenação, os acusados também deverão ressarcir os cofres públicos de Formosa pelos prejuízos causados. O Metrópoles tenta contato com a prefeitura do município, mas ainda não teve resposta. O espaço segue aberto para eventuais manifestações.