O luxo ostentado por Djalma Rezende (foto em destaque) acabou em conflito familiar digno de novela após a morte do bem-sucedido advogado. Um dos profissionais mais ricos de Goiás, conhecido até como “Júnior Friboi da advocacia”, Djalma deixou uma herança milionária.
Um ano após sua morte, a briga entre os herdeiros ganhou novos capítulos. Isso porque, conforme o Metrópoles revelou, para pagar uma dívida milionária com o governo federal, a família do magnata teve que se desfezer de uma Ferrari vermelha F8 Spider, conversível, que constava no espólio.
O carro de luxo foi vendido pela bagatela de R$ 3,5 milhões, para arcar com a renegociação fiscal (Refis), do Ministério da Fazenda, que com juros estava em R$ 1,8 milhão.
Djalma morreu em janeiro do ano passado, aos 69 anos, em Goiânia. O jurista sofreu uma insuficiência hepática, em complicação ao tratamento da metástase que tinha no fígado.
O advogado era casado havia seis anos com Priscila Maura de Carvalho Rezende — ouvidora da Mulher e conselheira seccional da Ordem dos Advogados do Brasil Goiás (OAB-GO) — e deixou cinco filhos.
O magnata atuava como decano da Ordem Goiana e também atuava na OAB-DF, OAB-MT, OAB-MG e OAB-SP. Ele era fundador e único sócio do escritório Djalma Rezende Advogados.
Na biografia do site do escritório, Djalma é descrito como autor de várias teses sustentadas com êxito, tanto nos Tribunais Superiores (TST, STJ e STF), quanto nos Tribunais de Justiça e Tribunais Regionais Federais.
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Djalma Rezende
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Advogado ostentação
Em 2016, Djalma e Priscila se casaram em uma festa luxuosa, com direito a celebridades, menu exclusivo e mais de mil convidados, fazendo jus à fama de bon vivant do noivo. O casamento teria custado cerca de R$ 8 milhões.
A comemoração contou com mais de 70 mil flores, 100 lustres e decoração inspirada no Palácio de Versailles, que transformaram o casamento em um cenário de filme ostentação.
O bolo, de 2,5m de altura e 1,20m de base, foi transportado durante 14 horas para chegar à festa. The King Cake, de São Paulo, foi a responsável pela criação, decorada com rendas exclusivas e mais de mil orquídeas de açúcar.
Carros e aviões
Em imagens, Djalma e Priscila ostentavam passeios em Ferraris. O apreço pela marca era tão grande que inspirou o design único de um avião luxuoso adquirido pelo advogado goiano e avaliado em R$ 13 milhões. A referência da aeronave modelo Piaggio P180 Avanti II era a Scuderia Ferrari.
À época da compra, a aeronave foi recebida por mais de 200 convidados, em grande festa, com direito a recepção regada a bebida e animada por banda musical.
O avião não está entre os bens do inventário da família. Isso porque a aeronave foi apreendida pela Receita Federal, anos após a compra. O órgão apurou que, sem o conhecimento do comprador, a empresa que vendeu o veículo aéreo ao advogado teria sonegado impostos.
Ferrari para quitar dívida
A venda da Ferrari ficou acertada em três parcelas, todas pagas em junho de 2023. A primeira foi no valor de R$ 140 mil; a segunda em R$ 1 milhão e a terceira em R$ 2,4 milhões. O acordo judicial era de que, após abater a dívida, o resto do montante ficasse para o espólio, sendo dividido entre os seis herdeiros do patrimônio.
Os demais herdeiros cobraram o cumprimento da decisão em novo processo para destituir a madrasta dos filhos como a responsável por gerenciar o inventário. De acordo com o processo, R$ 850 mil teriam sido pagos em espécie, mas nunca foram depositados no inventário e também não houve prestação de contas por parte da inventariante.
As graves acusações fizeram com que, em outubro, Priscila perdesse a responsabilidade de gerir o espólio milionário. Na decisão, o juiz de direito Eduardo Walmory Sanches destacou que a viúva “não se preocupou sequer em cumprir uma simples determinação judicial para juntada de extrato de conta que permitiria ao juízo verificar se a mesma cumpriu com exatidão a ordem judicial”, conforme consta em processo, o que, segundo o juiz, revela “evidente falta de zelo pelos bens do espólio e o descumprimento de determinação judicial”.
A briga não é à toa. A herança estimada é de R$ 50 milhões, e o espólio apresenta itens de luxo, como uma Land Rover Range Rover Vogue 3.0 blindada, um Porsche Panamera, imóveis em condomínio de luxo, mobílias desenhadas por Oscar Niemeyer, bem como quadros e esculturas de artistas brasileiros e europeus.
Djalma tinha esculturas de um dos mais importantes nomes brasileiros: Alfredo Ceschiatti – responsável pela obra da Justiça cega em frente ao Supremo Tribunal Federal. Também consta na coleção serigrafia de Romero Britto e peça da artista Bia Doria, mãe do ex-governador João Doria (PSDB-SP).