A cantora Tina Turner, cujos clássicos do soul e sucessos pop como The Best e What’s Love Got to Do With It fizeram dela uma superestrela, morreu aos 83 anos.
Turner sofreu uma série de problemas de saúde nos últimos anos, incluindo câncer, derrame e insuficiência renal.
Ela alcançou a fama ao lado do marido Ike na década de 1960 com canções como Proud Mary e River Deep, Mountain High.
Ela se divorciou do abusivo Ike em 1978 e obteve ainda mais sucesso como artista solo na década de 1980.
Apelidada de Rainha do Rock ‘n’ Roll, Tina Turner era famosa por suas performances de palco atrevidas e enérgicas e vocais roucos e poderosos.
Ela ganhou oito prêmios Grammy e foi incluída no Hall da Fama do Rock ‘n’ Roll em 2021 como artista solo, tendo sido indicada pela primeira vez ao lado de Ike em 1991.
Após sua introdução solo, o Hall of Fame notou como ela havia “expandido a ideia antes limitada de como uma mulher negra poderia conquistar um palco e ser uma potência e um ser multidimensional”.
Estrelas mais jovens que sentiram sua influência incluem Beyonce, Janet Jackson, Janelle Monae e Rihanna.
Nascida no Tennessee em uma família meeira, ela primeiro encontrou destaque como uma das cantoras de apoio da banda de seu marido, The Kings of Rhythm.
Ela logo foi liderar a banda, e o casal experimentou o sucesso comercial com Fool in Love e It’s Gonna Work Out Fine, que chegou às paradas americanas no início dos anos 60.
Seus outros sucessos incluem Nutbush City Limits, de 1973, sobre a pequena cidade onde Tina nasceu. Mas o abuso físico e emocional de Ike estava cobrando seu preço.
Foi ele quem mudou seu nome de nascimento, Anna Mae Bullock, para Tina Turner – uma decisão que ele tomou sem o conhecimento dela, um exemplo de seu comportamento controlador.
Ela relembrou o trauma que sofreu ao longo do relacionamento em seu livro de memórias de 2018, My Love Story, no qual comparou o sexo com o falecido músico a “uma espécie de estupro”.
“Ele usou meu nariz como saco de pancadas tantas vezes que senti o gosto de sangue escorrendo pela garganta enquanto cantava”, escreveu ela.
Depois de escapar de seu agressor, ela reconstruiu sua carreira e se tornou uma das maiores estrelas pop e rock dos anos 80 e 90, com sucessos como Let’s Stay Together, Steamy Windows, Private Dancer, tema de James Bond GoldenEye, I Don’t Wanna Fight e It Takes Two, um dueto com Rod Stewart.
Ela também estrelou o filme Mad Max Beyond Thunderdome de 1985 – que apresentou outro de seus sucessos, We Don’t Need Another Hero – e a ópera rock de 1975 do The Who, Tommy como a Rainha do Ácido.
Ela encontrou a felicidade com seu segundo marido, o executivo musical alemão Erwin Bac. Eles começaram a namorar em meados dos anos 80 e se casaram em 2013.
A dupla morava na Suíça, com Turner obtendo a cidadania suíça. Ele doou um de seus rins para ela em 2017, depois que foi descoberto que ela sofria de insuficiência renal.
Ela também sofreu uma tragédia com a perda de seu filho mais velho Craig para o suicídio em 2018. Seu pai era o ex-colega de banda de Turner, Raymond Hill.
Outro filho, Ronnie, cujo pai era Ike Turner, morreu em 2022. Ela também teve dois filhos adotivos, Ike Jr e Michael, filhos de Ike de um relacionamento anterior.
A história de vida de Tina gerou um filme biográfico de 1993 intitulado O que o amor tem a ver com isso, que rendeu a Angela Bassett uma indicação ao Oscar por interpretar a estrela; e um musical de sucesso – apropriadamente intitulado Tina: The Musical. Ela também foi tema do documentário da HBO, Tina, em 2021.
Em entrevista à Marie Claire South Africa em 2018, Turner disse: “As pessoas acham que minha vida tem sido difícil, mas acho que tem sido uma jornada maravilhosa. Quanto mais velho você fica, mais percebe que não é o que aconteceu, é como você lida com isso.”
BBC NEWS.
