Home Brasília Vai Ferrari, fica Porsche: endividada, família de magnata acumula bens

Vai Ferrari, fica Porsche: endividada, família de magnata acumula bens

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A venda de uma Ferrari vermelha F8 Spider, conversível, por R$ 3,5 milhões está longe de arranhar o patrimônio da família do magnata Djalma Rezende. A fortuna total é estimada em R$ 50 milhões, mas a família só poderá ter acesso aos valores após a conclusão do inventário. Enquanto esperam a herança, os familiares receberam autorização judicial para quitar débitos do ricaço com o governo federal. Os valores, no final, serão reduzidos do patrimônio.

Neste trâmite, os herdeiros perderam a Ferrari, mas mantiveram Porsche, imóveis, arte, joias entre outros itens de luxo. O Metrópoles teve acesso a uma parte dos bens acumulados pela família, inclusive com uma camisa do jogador Daniel Alves enquanto atuava para o Barcelona – atualmente Alves está preso na Espanha por estupro.
Com a fama de “advogado ostentação” e reuniu em vida uma lista de artigos que chamam a atenção pela pompa e opulência.

Sem a Ferrari, segue na lista um Porsche Panamera Turbo, branco. No site da marca, o modelo é anunciado para quem tem “a liberdade de seguir os seus instintos”.
“Que se expressam do jeito que sentem. Que tomam decisões com base no que querem fazer e não no que os outros pensam. Construímos este esportivo exatamente para essas pessoas”, anuncia a Porsche. Um veículo novo como esse custa a partir de R$ 790 mil, de acordo com a concessionária de Brasília.


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Também na garagem, a família disputa um Land Rover Range Rover preto, blindado. Em sites de venda, o valor do carro usado é em média R$ 800 mil. Além dos carros, o magnata acumulava duas motocicletas, uma Yamaha Lander, cinza e uma Yamaha Fazer, na cor preta. As duas com 250 cilindradas e freio ABS, que “evita o travamento da roda dianteira nas frenagens bruscas ou em baixa aderência como dias de chuva, garantindo maior controle na pilotagem”, conforme define o site da marca. De acordo com a tabela Fipe, o valor atual de mercado das duas motocicletas seria de R$ 20 mil e R$ 15 mil, respectivamente.

A herança milionária que colocou uma família inteira em pé de guerra

Não era só com carros que o magnata gostava de se exibir. Nos pulsos, Djalma fazia questão de usar relógios de luxo. No espólio do milionário, há três Rolex e um Audamars Piguet. O homem também tinha um bracelete Cartier em ouro e brilhantes, além de um anel “juris” (em referência à carreira advocatícia”, em ouro rubi e brilhantes.

Djalma gostava de esbanjar na decoração e tinha peças com assinaturas exuberantes e de renome internacional. Na mobília, o advogado tinha três móveis desenhados por Oscar Niemeyer: um puf de madeira de reflorestamento e couro; uma poltrona alta de 102 centímetros de comprimento, também e madeira de reflorestamento e couro; por fim, uma chaise longue (cadeira longa, parecida com um divã) de rattan em madeira preta. Rattan é um material feito a partir de plantas originárias da Ásia e Oceania. Além das peças autorais do famoso arquiteto brasileiro, Djalma esbanjava uma poltrona do italiano Gaetano Pesce, pioneiro no design do século XX e referência mundial.

O advogado tinha um álbum com dez serigrafias de Romero Briitto e escultura em mármore de Bia Dória, mãe do ex-governador João Dória (PSDB-SP). Ainda no rol das artes, o espólio de Djalma conta com quatro esculturas de um dos mais importantes nomes brasileiros: Alfredo Ceschiatti – responsável pela obra da Justiça cega em frente ao Supremo Tribunal Federal.

Por fim, são três quadros do artista português Antônio Poteiro e um do pintor goiano Siron Franco. (Veja abaixo a lista com a descrição de todas as peças).

Na herança, os filhos também pedem pela mansão em que o pai morava. O Metrópoles teve acesso às imagens da residência luxuosa em condomínio nobre em Goiânia. Em um dos cômodos, a família exibe uma camisa nº 22 do jogador Daniel Alves enquanto jogava para o Barcelona. O traje está emoldurado e guardado na parede.  A casa tem piscina com cachoeira, sauna, área de churrasqueira, hidromassagem entre outros itens de conforto e lazer. Veja imagens da casa:


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Veja lista de bens do espólio de Djalma Rezende:

1.QUADRO “CORAÇÃO NA CABEÇA”, óleo sobre tela, autor: Siron Franco, 90×80 ;
2. QUADRO “GIRASSOIS”, óleo sobre tela, autor: Antônio Poteiro, 180×170 ;
3. QUADRO “CARNAVAL”, óleo sobre tela, autor: Antônio Poteiro, 180×170 ;
4. QUADRO “SANTA CEIA PAGÔ, óleo sobre tela, autor: Antônio Poteiro, 180×170;
5. ESCULTURA “ANTA”, resina, ESCABR10010, autor: Siron Franco;
6. ESCULTURA “MULHER SEMINUA COM MAÇÔ, bronze patinado, 98 cm, autor: Alfredo Ceshiatti ;
7. ESCULTURA “BANHISTA”, bronze pintado, 120 cm, autor: Alfredo Ceshiatti;
8. ESCULTURA “MULHER COM ROSA”, 102 cm, autor: Alfredo Ceshiatti ;
9. ESCULTURA “MULHER COM PANO”, 96 cm, autor: Alfredo Ceshiatti ;
10. ESCULTURA SÉRIE “TRÓPICOS”, 58X22X12, mármore branco, autora: Bia Dória ;
11. POTE COM TAMPA PINTADO E ASSINADO, 44 cm, autor: Antônio Poteiro ;
12. ÁLBUM CONTENDO 10 (DEZ) SERIGRAFIAS, autor: Romero Britto ;
13. PUF, madeira de reflorestamento, couro laca, 42x70x70, autor: Oscar Niemeyer ;
14. POLTRONA ALTA, madeira de reflorestamento, couro laca, 71x102x70, autor: Oscar Niemeyer;
15. CHAI SE/LONGHE “BALANCE RIO”, rattan em madeira preta, autor: Oscar Niemeyer;
16. POLTRONA UP OU DONNA (peça usada), autor: Gaetano Pesce ;
17. RELÓGIO ROLEX “YACHT -MASTER II”;
18. RELÓGIO ROLEX “GMT MASTER”;
19. RELÓGIO ROLEX “DAYTONA”;
20. RELÓGIO AUDAMARS PIGUET “ROYAL OAK CHRONOGRAPH” ;
21. BRACELETE CARTIER, em ouro e brilhantes ;
22. ANEL “JURIS”, em ouro, rubi e brilhantes;
23. PORSCHE PANAMERA TURBO, cor branca, placa OOC0A01, fabricação/modelo 2013/2014.
24. LR RROVER TDV6 VOGUE, blindada, cor preta, placa RCC9D29, fabricação/modelo 2021/2021.
25. YAMAHA/FAZER YS250, cor preta, placa OMQ8398, fabricação/modelo 2014/2015.
26. YAMAHA/XTZ250 LANDER, cor cinza, placa PQM7196, fabricação/modelo 2016/2016.

Dívidas
Para pagar uma dívida milionária com o governo federal, a família do magnata Djalma Rezende se desfez da Ferrari vermelha F8 Spider, conversível, que constava no espólio da herança. O carro de luxo foi vendido pela bagatela de R$ 3,5 milhões, para arcar com a renegociação fiscal (Refis), do Ministério da Fazenda, que com juros estava em R$ 1,8 milhão.

A venda do carro ficou acertada em três parcelas, todas pagas em junho de 2023. A primeira foi no valor de R$ 140 mil; a segunda em R$ 1 milhão e a terceira em R$ 2,4 milhões. O acordo judicial era de que, após abater a dívida, o resto do montante ficasse para o espólio, sendo dividido entre os seis herdeiros do patrimônio.

“O valor obtido com a venda deverá ser utilizado exclusivamente para a quitação da dívida negociada no programa REFIS, devendo a inventariante prestar contas nestes autos, promovendo o depósito do saldo remanescente em conta judicial, no prazo de 30 dias”, conforme a ordem judicial no processo do inventário, que era administrado pela então viúva de Djalma, Priscila Maura Rezende.


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Os demais herdeiros cobraram o cumprimento da decisão em novo processo para destituir a madrasta dos filhos como a responsável por gerenciar o inventário. De acordo com o processo, R$ 850 mil teriam sido pagos em espécie, mas nunca foram depositados no inventário e também não houve prestação de contas por parte da inventariante.

As graves acusações fizeram com que, em outubro, Priscila perdesse a responsabilidade de gerir o espólio milionário. Na decisão, o juiz de direito Eduardo Walmory Sanches destacou que a viúva “não se preocupou sequer em cumprir uma simples determinação judicial para juntada de extrato de conta que permitiria ao juízo verificar se a mesma cumpriu com exatidão a ordem judicial”, conforme consta em processo, o que, segundo o juiz, revela “evidente falta de zelo pelos bens do espólio e o descumprimento de determinação judicial”.

A briga não é à toa. A herança estimada é de R$ 50 milhões, e o espólio apresenta itens de luxo, como uma Land Rover Range Rover Vogue 3.0 blindada, um Porsche Panamera, imóveis em condomínio de luxo, mobílias desenhadas por Oscar Niemeyer, bem como quadros e esculturas de artistas brasileiros e europeus. Djalma tinha esculturas de um dos mais importantes nomes brasileiros: Alfredo Ceschiatti – responsável pela obra da Justiça cega em frente ao Supremo Tribunal Federal. Também consta na coleção serigrafia de Romero Britto e peça da artista Bia Doria, mãe do ex-governador João Doria (PSDB-SP).

“Competia a inventariante trazer ao processo o extrato de movimentação da conta provando que houve a entrada do dinheiro e as únicas saídas de numerário foram exclusivamente para o pagamento do REFIS, conforme determinação judicial. Optou a inventariante em não trazer, em não apresentar a prova em juízo, descumprindo a determinação judicial e assumindo o ônus dessa conduta omissa. Consoante se observa, essa omissão revela evidente falta de zelo pelos bens do espólio e o descumprimento de determinação judicial. Sua remoção é medida necessária para retomada do bom andamento do processo”, assinalou o juiz.

A defesa de Priscila destacou que não há qualquer controvérsia sobre a venda do veículo e que a viúva, em um um momento de luto, assumiu o difícil ônus de ser inventariante do espólio, conduzindo com ética e transparência. (Veja a nota na íntegra abaixo).

Família em “pé de guerra”

A briga familiar pela herança não é novidade. Em junho de 2023, o Metrópoles mostrou as rixas envolvendo os herdeiros de um dos profissionais mais ricos de Goiás. Conhecido como “Júnior Friboi da advocacia”, Djalma deixou uma herança milionária.

Parentes dizem que Priscila Maura teria bloqueado todos os filhos de Djalma das redes sociais após a morte do marido. Dos cinco filhos, dois são menores de idade. Familiares afirmam que, desde a morte do pai, os mais novos não têm recebido o valor referente à pensão.

Em 2016, Djalma e Priscila se casaram em uma festa luxuosa, com direito a celebridades, menu exclusivo e mais de mil convidados, fazendo jus à fama de bon vivant do noivo. O casamento teria custado cerca de R$ 8 milhões.

A comemoração contou com mais de 70 mil flores, 100 lustres e decoração inspirada no Palácio de Versailles, que transformaram o casamento em um cenário de filme ostentação. O bolo, de 2,5m de altura e 1,20m de base, foi transportado durante 14 horas para chegar à festa. The King Cake, de São Paulo, foi a responsável pela criação, decorada com rendas exclusivas e mais de mil orquídeas de açúcar.


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Djalma chegou a contratar jatinhos particulares para buscar alguns convidados em Brasília. Da capital federal, foram convocados o cerimonialista César Serra, o fotógrafo Celso Junior e o bufê de Celso Jabour, da Sweet Cake. A noiva também usava joias da brasiliense Miranda Castro.

Carros e aviões

Em imagens, Djalma e Priscila ostentam passeios em Ferraris. O apreço pela marca é tão grande que inspirou o design único de um avião luxuoso adquirido pelo advogado goiano e avaliado em R$ 13 milhões. A referência da aeronave modelo Piaggio P180 Avanti II era a Scuderia Ferrari.

À época da compra, a aeronave foi recebida por mais de 200 convidados, em grande festa, com recepção regada a bebida e animada por banda musical.


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O avião não está entre os bens do inventário da família. Isso porque a aeronave foi apreendida pela Receita Federal, anos após a compra. O órgão apurou que, sem o conhecimento do comprador, a empresa que vendeu o veículo aéreo ao advogado teria sonegado impostos.

Antes que o crime fosse identificado, 0 milionário já realizava o pagamento, em parcelas, e teria gastado cerca de R$ 7 milhões no acordo. Após ser confiscada, a aeronave foi destinada ao transporte de órgãos para transplante.

Nota completa da defesa de Priscila Maura Rezende

Não houve qualquer controvérsia sobre a venda do mencionado veículo, isto porque a alienação do bem se deu mediante expressa autorização judicial (pública e transparente), sem qualquer óbice pelos interessados.

A senhora Priscila, em momento de luto, assumiu um difícil ônus de ser a inventariante do espólio do Dr. Djalma Rezende, cujos bens e compromissos financeiros são de grande complexidade, além das inúmeras despesas ordinárias para manutenção dos ativos.

Assim, a Priscila conduziu o cargo de inventariante com retidão, ética e transparência apesar do momento de luto.

Ocorre que, infelizmente, por se tratar de um inventário judicial não consensual, partes com interesses distintos, utilizaram do direito de petição e de questionar, independente de estarem munidas de razão.

Na condição de advogado, informo que a Priscila está, como sempre esteve, à disposição para prestar todo e qualquer esclarecimento quando intimada judicialmente, certa de que seu principal compromisso é com a brilhante história do seu, então, marido, o advogado Djalma Rezende e o legado que deixou, não só como profissional, mas sobretudo como ser humano incrível que ele foi.  

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