Um vídeo feito por policiais penais federais nesse domingo (24/3) mostram como foi a chegada dos três presos apontados como mandantes do assassinato da vereadora Marielle Franco e do motorista Anderson Gomes, no Rio de Janeiro (RJ), à Penitenciária Federal de Brasília (DF).
A coluna Na Mira apurou que o ex-chefe da Polícia Civil fluminense (PCERJ) Rivaldo Barbosa continuará em Brasília, mas há previsão de que, nos próximos dias, o deputado federal Chiquinho Brazão (União-RJ) e o irmão dele Domingos Brazão, conselheiro do Tribunal de Contas do Rio, sejam transferidos para os presídios federais de Campo Grande (MS) e Porto Velho (RO), respectivamente.
Os três foram detidos durante a Operação Murder Inc., da Polícia Federal (PF), nesse domingo (24/3). A ação teve apoio da Secretaria de Estado de Polícia Civil do Rio de Janeiro (Sepol/PCERJ) e da Secretaria Nacional de Políticas Penais (Senappen), do Ministério da Justiça e Segurança Pública (MJSP), além de participação da Procuradoria-Geral da República (PGR) e do Ministério Público do Rio de Janeiro (MPRJ).
Reduto político e milícia
Domingos e Chiquinho Brazão têm reduto político e eleitoral em Jacarepaguá, bairro da Zona Oeste do Rio de Janeiro historicamente dominado pela milícia.
Chiquinho Brazão foi mencionado na delação de Ronnie Lessa, assassino confesso de Marielle Franco. O primeiro foi vereador na Câmara Municipal do Rio de Janeiro pelo MDB por 12 anos, inclusive durante os dois primeiros anos de mandato de Marielle, entre 2016 e março de 2018, quando ela foi assassinada.
Em 2018, Brazão se elegeu para a Câmara dos Deputados pelo Avante e, em 2022, foi reeleito para a Casa pelo União Brasil.
Chiquinho chegou a afirmar à coluna de Guilherme Amado, do Metrópoles, que tinha um bom convívio e uma boa relação com Marielle Franco nos dois anos em que dividiram o plenário da Câmara carioca.
O nome do irmão dele, Domingos Brazão, apareceu no depoimento do miliciano Orlando Curicica à Polícia Federal, ao ser interrogado sobre o crime.