Home Destaques Ginecologista suspeito de cometer crimes sexuais contra pacientes: veja o que se...

Ginecologista suspeito de cometer crimes sexuais contra pacientes: veja o que se sabe sobre a investigação

0

O ginecologista Nicodemos Júnior Estanislau Morais, de 41 anos, é suspeito de abusar sexualmente de várias pacientes. Ele foi preso pela Polícia Civil no dia 29 de setembro em um dos consultórios em que fazia atendimentos em Anápolis, a 55 km de Goiânia.

Veja o que se sabe sobre o caso:

  • Quem é o ginecologista?
  • Quando foram feitas as primeiras denúncias em Goiás?
  • Quando e como ele foi preso?
  • O que diz a defesa dele?
  • O que diz o Cremego?
  • Quantas mulheres procuraram a Polícia Civil após o caso vir a público?
  • O que elas relataram em depoimento?
  • Por quais crimes o médico deve responder?

Quem é o ginecologista?

Nicodemos Júnior Estanislau Morais é um médico de 41 anos que tem registro como ginecologista e obstetra em Goiás, Distrito Federal, Pará e Paraná – todos ativos até consulta feita nesta segunda-feira (4).

A inscrição mais antiga que ele tem em Conselhos Regionais de Medicina é de 2005, feita no DF. Em Goiás, o primeiro registro dele é de 2006, mas o vigente foi feito em 2015.

No estado do Pará, a inscrição dele é de 2011, enquanto no Paraná ele tem registro desde 2017.

Quando foram feitas as primeiras denúncias em Goiás?

Segundo a Polícia Civil, a primeira denúncia foi feita por uma paciente em 15 de setembro de 2021, em Anápolis. Outras duas mulheres também procuraram a corporação.

A delegada Isabella Joy, que recebeu o caso, avaliou que os depoimentos das mulheres indicavam crime de violação sexual mediante fraude, porque o médico estaria usando a profissão como pretexto para realizar atos libidinosos nas pacientes.

Também apos o primeiro contato com a denúncia, a delegada encontrou um processo contra o médico no DF em que uma mulher o denunciou pelo mesmo crime, obteve a condenação, mas que o profissional não ficou preso por ser réu primário.

Isabella encontrou ainda uma denúncia contra o médico, pelo mesmo crime, registrada na Polícia Civil do Paraná, mas que havia sido arquivada.

Quando e como ele foi preso?

Com base nas primeiras evidências, a delegada conseguiu mandados de prisão e busca e apreensão contra Nicodemos, que foram cumpridos em 29 de setembro de 2021.

Imagens gravadas pela Polícia Civil mostram quando os policiais chegam ao consultório do médico para prendê-lo. O ginecologista está sentado à mesa quando é abordado.

Assim que os policiais saem do consultório, avisam as mulheres que estavam em corredor do lado de fora da sala aguardando atendimento: “Vocês estão dispensadas. Ele foi preso por violação sexual mediante fraude”.

O médico continuou detido após audiência de custódia realizada no dia 1º de outubro. O juiz que avaliou o caso determinou que ele ficasse em uma cela especial.

O que diz a defesa dele?

O advogado Carlos Eduardo Gonçalves Martins representa a defesa do ginecologista. Por meio de nota, ele disse que o cliente não cometeu os abusos.

Segundo o texto, o profissional “em nenhum momento realizou qualquer tipo de procedimento médico com cunho sexual”.

No último dia 2 de outubro de 2021, o defensor informou que havia pedido a revogação da prisão preventiva do cliente e que, até então, não havia sido analisado pela Justiça.

Leia íntegra da nota divulgada pela defesa:

A Defesa do médico Dr. Nicodemos Júnior Estanislau Morais, informa que só teve acesso em algumas peças do inquérito policial em Delegacia, no momento da oitiva do médico, sendo que até o presente momento a defesa não teve acesso aos autos processuais na íntegra.

Até onde a defesa teve acesso ao inquérito consta somente o simples exercício profissional do médico Dr. Nicodemos, especialista em ginecologia, o médico em nenhum momento realizou qualquer tipo de procedimento médico com cunho sexual.

Importante frisar que dezenas de pacientes do Dr. Nicodemos ligaram para familiares do médico assustadas com o acontecimento e se prontificando em prestar depoimentos em favor do profissional. Em outras palavras a defesa não visualizou nenhuma irregularidade nos atendimentos do Dr. Nicodemos.

No entanto, o Dr. Nicodemos recebe com tranquilidade qualquer ato investigatório sobre sua atuação como médico ginecologista, desde que os atos sejam feitos com imparcialidade e isenção de ânimos.

O que diz o Cremego?

O Conselho Regional de Medicina do Estado de Goiás (Cremego) informou, quando soube das denúncias contra o profissional, que também investigaria o caso.

Leia íntegra da nota divulgada pelo órgão:

O Conselho Regional de Medicina do Estado de Goiás (Cremego) tomou conhecimento de denúncias contra o médico ginecologista e obstetra Nicodemos Júnior Estanislau Morais (CRM/GO 12.053) após divulgações feitas hoje, 29 de setembro, pela Polícia Civil. O Cremego vai apurar o caso e a conduta do médico no exercício profissional.

Quantas mulheres procuraram a Polícia Civil após o caso vir a público?

Após o médico ser preso, a Polícia Civil divulgou o nome e a imagem dele, porque suspeitava que pudessem haver outras vítimas. Até o dia seguinte à prisão dele, a corporação havia recebido mais de 50 ligações de mulheres.

Para atender todas as pacientes que se sentiram encorajadas e seguras para denunciar que também foram abusadas, a corporação criou uma força-tarefa.

Até o dia 2 de outubro, a delegada Isabella Joy havia contabilizado 48 depoimentos formais que relatavam abusos sofridos por pacientes do ginecologista em Goiás.

Uma mulher do Pará também procurou a corporação e deve registrar seu depoimento na Polícia Civil do estado, segundo a delegada.

O que elas relataram em depoimento?

Entre as dezenas de mulheres que falaram sobre o que aconteceu durante consultas e exames com o ginecologista, alguns relatos se destacaram.

A delegada contou que ouviu das pacientes que o médico já tentou agarrar, beijar, que já fez com que elas o tocassem nas partes íntimas, que abusos aconteceram até com mulheres grávidas.

As força-tarefa registrou que uma paciente recebeu insinuações sexuais por mensagem do médico após ela fazer perguntas sobre um método contraceptivo.

Uma das pacientes teria recebido uma proposta de sexo em troca de uma cirurgia plástica íntima. “Ele ofereceu que, se ela não quisesse pagar, poderia fazer em troca de sexo, mas ela não aceitou”, disse a delegada.

Entre as pacientes, a única que decidiu se identificar foi a aromaterapeuta Kethlen Carneiro. Atualmente ela tem 20 anos, mas contou que foi alvo de abuso do médico quando tinha 12.

“Ele veio me falar que eu podia começar a me masturbar. Me mostrou histórias em quadrinho pornô e vídeos. Me mandando os links e quais eu podia assistir. Depois levantou, pegou minha mão e colocou nele, na parte íntima dele”, contou.

A coragem dela de denunciar e se expor inspirou uma prima dela, que também contou ser vítima do ginecologista, a também denunciar. Kethlen disse ainda que várias mulheres a procuraram com relatos e que as incentivou a levá-los à Polícia Civil.

Fonte: G1.

NO COMMENTS

LEAVE A REPLY

Please enter your comment!
Please enter your name here

Sair da versão mobile