Incêndios florestais na América do Sul atingem recorde histórico, afetando qualidade do ar e gerando preocupações ambientais e de saúde
Uma série de incêndios florestais, que se estende da Amazônia até as florestas da Bolívia, estabeleceu um novo recorde de focos de fogo na América do Sul, o mais alto em mais de 20 anos. De acordo com o programa BD Queimadas, do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), até o dia 12 de setembro, foram contabilizados 346.112 focos de incêndio nos 13 países da região, superando o recorde anterior, que datava de 2007. A fumaça resultante desses incêndios já afeta a qualidade do ar em diversas cidades, incluindo São Paulo e La Paz, criando um corredor de poluição que se estende da Colômbia até o Uruguai. Para combater as chamas, os governos do Brasil e da Bolívia mobilizaram equipes de bombeiros, mas enfrentam desafios significativos devido à seca severa, ondas de calor e ventos fortes que dificultam o controle do fogo.
Estudos indicam que, embora a maioria dos incêndios tenha causas humanas, a combinação de altas temperaturas e a escassez de chuvas, intensificadas pelas mudanças climáticas, contribui para a rápida propagação das chamas. Em São Paulo, as temperaturas têm se mantido acima de 32°C, e a cidade foi classificada como tendo a pior qualidade do ar entre 120 grandes cidades monitoradas globalmente. A seca que afeta o Brasil é considerada a mais severa já registrada e teve início no ano passado. Neste mês, o Brasil e a Bolívia lideram em número de focos de incêndio, seguidos por países como Peru, Argentina e Paraguai. Embora incêndios na Venezuela, Guiana e Colômbia tenham contribuído para o aumento dos registros no início do ano, a maioria já foi controlada.
Os incêndios na Amazônia geram uma quantidade significativa de fumaça, cobrindo uma vasta área de aproximadamente 9 milhões de quilômetros quadrados na América do Sul. Historicamente, o pico de incêndios na região ocorre em setembro, e a situação atual levanta preocupações sobre os impactos ambientais e de saúde pública decorrentes dessa crise.
JP NEWS