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Noroeste: indígenas alegam propriedade de terra e impedem obra pública

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Uma confusão entre indígenas e servidores públicos da Agência de Desenvolvimento do Distrito Federal (Terracap), na rua SQNW 108, no Noroeste, mobilizou a Polícia Militar do Distrito Federal (PMDF), na manhã desta sexta-feira (2/2). Máquinas da empresa pública tentaram entrar em uma região ocupada por indígenas pertencentes ao povo Fulni-ô, mas houve resistência e bate-boca.

A Terracap alega que, com base em um acordo judicial homologado com representantes da Comunidade Indígena Santuário Sagrado dos Pajés, em 2019, poderia dar continuidade à implementação da infraestrutura básica no Noroeste, uma vez que tal gleba não pertence ao território indígena (leia reposta completa no fim do texto).

Já a embaixadora dos povos indígenas, Patira Cururu, explicou que a terra pertence ao povo Fulni-ô, e o território nunca foi negociado com o GDF. Portanto, a obra seria irregular. Após muita tensão, a operação foi suspensa.

 


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Patira disse que os indígenas se sentiram ameaçados quando se colocaram no caminho dos tratores e pediu ao Poder Público que reconsidere fazer qualquer tipo de obra no terreno: “Os indígenas também são eleitores, votam nas eleições. Que tomem providência antes que tenha sangue. Precisa de liminar para entrar aqui, pois é terra indígena”.

Veja o que disse Patira Cururu sobre a operação:

 

 

O Metrópoles entrou em contato com a Terracap. A empresa pública informou que, em 2019, foi homologado acordo judicial com representantes da Comunidade Indígena Santuário Sagrado dos Pajés. O referido acordo teve também como signatários o Instituto Brasília Ambiental (Ibram), a própria Fundação Nacional do Índio (Funai) e o Ministério Público Federal (MPF).

“O acordo definiu a área à permanência da citada comunidade indígena (decorrente de decisão judicial) e possibilitou, à Terracap, a continuidade da implantação da infraestrutura básica necessária ao bairro Noroeste.”

Ainda de acordo com a Terracap, do ponto de vista fundiário e urbanístico, quem reside na região sobreposta à Quadra 308 e adjacências do Noroeste ocupa irregularmente (uma vez que não foram contemplados no citado acordo) a área pública de dominialidade do GDF e da Terracap, conforme projeto urbanístico da localidade.

“Sobre eventuais documentos apresentados pelos ocupantes à reportagem, é necessário protocolá-los na Terracap, caso queiram manifestação formal desta empresa pública sobre os mesmos.”

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