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Preso após torturar soldado, PM foi condenado por espancar homem no DF

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Preso como um suspeito por torturar um soldado da Polícia Militar do Distrito Federal (PMDF), o capitão Reniery Santa Rosa Ulbrich (foto em destaque) já foi réu na Justiça outras vezes. Em fevereiro do ano passado, ele foi condenado por espancar um homem que caminhava com a namorada em uma parada de ônibus.

No processo, o homem informou que reconheceu Ulbrich quando ele deu entrevista a um programa de televisão.

O capitão foi condenado a quatro meses de prisão em regime aberto. A Justiça, porém, converteu a pena para prestação de 96 horas de serviço comunitário no Batalhão do Riacho Fundo.

Procurado, o atual advogado do capitão informou que não atuou no caso e que não tem mais informações. A reportagem também entrou em contato com o defensor desse caso específico, mas não teve resposta. O espaço segue aberto.

Em nota, a PMDF informou que “houve a suspensão condicional da pena, e essa situação não impõe nenhum impedimento legal para que o militar continue exercendo regularmente as funções inerentes ao posto de capitão da Polícia Militar”.

Nas redes sociais, Ulbrich se identifica como instrutor de tiro de armamento e tiro da Polícia Militar. Ele também publica postagens de incentivo a quem quer ser um policial militar e destaca as “injustiças” sofridas pelos militares diante da Justiça.

Ele também faz publicações exaltando o uso de armas e valorizando o trabalho da polícia nas ruas.

Absolvido por extorsão

Ulbrich também já esteve atrás das grades em 2018, quando foi acusado de extorsão e abuso de poder contra traficantes que eram investigados pela Operação Torre de Babel, da Polícia Civil (PCDF). Foram encontradas armas e munições de uso permitido e restrito na casa de Reniery.

O envolvimento do oficial e de outros policiais militares foi apontado pela Polícia Civil durante as investigações da Operação Torre de Babel. Na ocasião, aproximadamente 200 kg de maconha foram apreendidas pelos militares. A droga foi levada para a 20ª Delegacia de Polícia (Gama).

O dono do carregamento seria Antonio César Campanaro, conhecido como Toninho do Pó. O traficante disse aos investigadores que, antes de ser preso, foi mantido em cárcere privado pelos militares, que extorquiram dinheiro dele.

Em depoimento aos investigadores da Divisão Especial de Repressão à Corrupção (Decor/Cecor), ele contou que o carregamento aprendido de maconha seria de aproximadamente 500 kg, mais que o dobro do que foi entregue pelos PMs na delegacia.

Em 2020, Ulbrich e os demais PMs foram absolvidos pela Justiça por falta de provas.

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Esse episódio marcou o então tenente Ulbrich. Em um podcast de novembro de 2023, ele falou sobre esse período. “Em um dia você dorme como um policial produtivo e no outro acorda como um torturador”, disse.

Em nota, a defesa de Ulbrich ressaltou que seu cliente, assim como os demais policiais envolvidos em 2018, foram absolvidos em primeira e em segunda instâncias. “Portanto, foi considerado inocente pelo Poder Judiciário”, disse.

Procurada, a PMDF informou que “o Ministério Público promoveu o arquivamento por falta de justa causa, e o capitão Reniery Santa Rosa Ulbrich foi sumariamente absolvido pelo Poder Judiciário”.

Contrato

O oficial foi designado como presidente de uma comissão formada para fiscalizar contrato celebrado entre a Polícia Militar do Distrito Federal e a Protecop SAS, para a aquisição de 2 mil coletes balísticos, no valor total de R$ 3 milhões. A informação consta no Diário Oficial do DF de 8 de novembro de 2023.

A defesa do capitão afirmou que a comissão é formada por três oficiais, “de modo que nenhuma decisão é tomada isoladamente, mas sempre em conjunto”.

“Ainda assim, necessário se faz ressaltar que não existe nenhuma ordem judicial e/ou administrativa impedindo o o referido oficial de atuar em uma ou outra função, estando ele, portanto, apto a realizar qualquer função compatível com sua patente e qualificação dentro da PMDF”, acrescenta a nota.

Soldado agredido

O capitão Ulbrich e mais 13 policiais foram presos por suspeita de torturar um colega de farda em um curso de formação de Patrulhamento Tático Móvel da PMDF.


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Os militares teriam xingado e jogado gás lacrimogênio nos olhos do soldado Danilo Martins, 34, com o objetivo de que ele desistisse do curso de formação. O soldado teve quadro de rabdomiólise grave, que é quando a fibra muscular rompe e ela solta uma toxina que intoxica o rim e causa insuficiência renal.

Danilo ficou seis dias no hospital, sendo quatro na Unidade de Terapia Intensiva (UTI).

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