A morte de Cíntia Maria Dourado Mendes (foto em destaque), 42 anos, intriga a família. A paciente estava com sintomas de dengue, procurou atendimento por duas vezes na unidade de pronto-atendimento (UPA) de Brazlândia, mas morreu após sofrer uma parada respiratória. Segundo familiares, Cíntia foi derrubada da cadeira de rodas quando procurou pela segunda vez à UPA e chegou a “revirar os olhos”.
Marido de Cíntia, o vigilante Fabiano Vieira Mendes, 43, contou que, depois de ter sido diagnosticada com dengue, ela apresentou uma piora em casa. Na madrugada de segunda-feira (12/2), Fabiano e os dois filhos do casal voltaram com Cíntia para a UPA devido à piora do quadro.
“Como ela não conseguia andar e estava bastante abatida, pedi que a equipe da unidade a buscasse dentro do carro. Eles foram pegá-la em uma cadeira de rodas, mas a deixaram cair e bater com a nuca no meio-fio enquanto subiam a rampa da UPA. Na hora, ela começou a revirar os olhos”, disse Fabiano.
Veja a cronologia dos fatos até a morte de Cíntia:
Quarta-feira (7/2): Cíntia apresentou os primeiros sintomas;
Sábado (10/2): teve uma piora no quadro de saúde e foi levada para a tenda de acolhimento a pacientes com dengue, em Brazlândia; Na tenda, tomou soro na veia, fez exames de sangue, foi orientada a voltar para casa e, caso piorasse, deveria ir para a UPA;
Domingo (11/2): começou a ter dor no peito e dificuldade para respirar. A noite, foi para a UPA;
Madrugada de segunda-feira (12/2): Fabiano e os dois filhos do casal voltaram com Cíntia para a UPA.
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Reprodução/Facebook
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Queda da cadeira de rodas
Ao chegar na UPA, Cíntia já estava debilitada e precisava de apoio para se locomover. “Como ela não conseguia andar e estava bastante abatida, pedi que a equipe da unidade a buscasse dentro do carro. Eles foram pegá-la em uma cadeira de rodas, mas a deixaram cair e bater com a nuca no meio-fio enquanto subiam a rampa da UPA. Na hora, ela começou a revirar os olhos”, disse Fabiano.
Cíntia foi levada de imediato para a ala vermelha da unidade de saúde. Cerca de meia-hora depois, um médico contou à família que a paciente tinha suspeita de trombose pulmonar e havia sofrido uma parada respiratória. Uma equipe teria conseguido reanimá-la, mas precisaram intubá-la na sequência.
Pouco tempo depois de receber essa primeira notícia, um médico voltou a falar com Fabiano e disse que a paciente não resistiu. “Eu acredito que nada disso teria acontecido se ela tivesse sido internada desde a primeira vez que em buscamos atendimento. A pessoa chega em estado grave e é mandada de volta para casa?”, indignou-se.
Revoltada com o ocorrido, a família de Cíntia registrou boletim de ocorrência na 18ª Delegacia de Polícia (Brazlândia) para que a causa da morte seja investigada.
O corpo dela passou por perícia no Instituto de Medicina Legal (IML), e o laudo deve ficar pronto em 30 dias. Cíntia foi enterrada na tarde de quarta-feira (14/2), no Cemitério de Brazlândia.
O que diz o Iges-DF
Responsável pela administração da UPA de Brazlândia, o Instituto de Gestão Estratégica de Saúde do Distrito Federal (Iges-DF) informou que a paciente, após ser avaliada e testar positivo para dengue, recebeu “tratamento adequado, inclusive medicação e hidratação”, e foi liberada com instruções para retornar se apresentasse “sintomas preocupantes”.
“Posteriormente, a paciente retornou à unidade com episódios de desmaios. A equipe médica prestou assistência imediata, incluindo tentativas de reanimação, mas, infelizmente, ela faleceu. O corpo foi encaminhado ao Instituto de Medicina Legal para investigação da causa do óbito”, completou. “O Iges-DF lamenta profundamente o falecimento da paciente e expressa solidariedade à família. Continuaremos acompanhando de perto as informações sobre esse caso.”