O ex-garçom Glaidson Acácio dos Santos, de 38 anos, conhecido como “Faraó da Bitcoin”, ficará na unidade determinada pela Justiça Federal em uma cela afastado dos outros presos. Além disso, uma câmera irá monitorar o corredor que dá acesso à sua cela.
Glaidson estava preso na Penitenciária Laércio da Costa Pellegrino, Bangu 1, mas, por decisão da Justiça Federal, terá de retornar à Cadeia Pública Joaquim Ferreira de Souza.
A decisão de mantê-lo isolado e monitorado foi tomada pelo titular da Secretaria Estadual de Administração Penitenciária (Seap), delegado Fernando Veloso.
O preso chegou a ser transferido à Bangu 1 no último dia 28, depois que a Corregedoria da Seap encontrou picanha, linguiça e celulares na sua cela.
No entanto, nessa quarta-feira (6), a 3ª Vara Federal Criminal, entendeu que não havia relação comprovada entre o material apreendido e Glaidson.
Quem é Glaidson Acácio dos Santos
Até 2014, Glaidson Acácio dos Santos recebia pouco mais de R$ 800 como garçom, em um restaurante chique na Orla Bardot, em Búzios, Região dos Lagos. Em 7 anos, tornou-se milionário que movimentou pelo menos R$ 2 bilhões em uma empresa suspeita de aplicar o golpe conhecido como “pirâmide”.
A GAS Consultoria Bitcoin, empresa de Glaidson, prometia 10% de lucro em investimentos de clientes no mercado de criptomoeadas. Segundo a investigação da Polícia Federal (PF) e do Ministério Público Federal (MPF), que levou à prisão de Glaidson, a firma nem chegava a investir em bitcoins – os lucros eram pagos aos clientes enquanto o dinheiro de outros entrava.
Casado com a venezuelana Mirelis Diaz Zerpa, Glaidson evita aparecer em público – exceto em eventos fechados com amigos. Num deles, gravado em vídeo ao qual a TV Globo teve acesso, ele celebrou o aniversário em Angra dos Reis em fevereiro, com um show particular do cantor sertanejo João Gabriel.
Com a GAS, Glaidson conseguiu ascensão e acumulou fortuna. Em abril desse ano, mais de R$ 7 milhões foram apreendidos em Búzios, balneário vizinho a Cabo Frio. O dinheiro estava em três malas e seria levado para São Paulo por um casal que trabalha para empresa dele.
Mansões, passeio de iate e R$ 13,8 milhões em dinheiro
A casa do empresário, em Cabo Frio, é avaliada em R$ 9 milhões, tem segurança e carros de luxo na porta.
Mas ele foi preso no Rio, em outra mansão. Lá, foram encontrados mais de R$ 13,8 milhões em dinheiro, e até barras de ouro. Um policial afirmou que não tinha visto tanta quantidade de dinheiro em espécie nem nas apreensões da Operação Lava Jato.
Além de reais, havia 100 libras esterlinas, dólares e euros. Na garagem, foram achados um Porsche e uma BMW.
A GAS Consultoria Bitcoin, empresa de Glaidson, era investigada há dois anos. Em um depoimento à polícia, ele chegou a negar que mexesse com criptomoedas. Afirmou que atuava com inteligência artificial, tecnologia da informação e produção de softwares.
Fonte: G1.