sexta-feira, 3 maio 2024
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De PM a tatuador de famosos. Saiba quem maltratava e traficava animais

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A quadrilha liderada pelo sargento do Corpo de Bombeiros Militar do Estado do Rio de Janeiro (CBMERJ) Fabiano Gouvea Monteiro, considerada pela Polícia Federal (PF) como “complexa”, envolve uma série de agentes que atuavam de forma cruel contra animais silvestres, visando apenas ao lucro.

A organização criminosa era formada por um policial militar, que atuava no Batalhão Ambiental; uma estudante de veterinária; dois médicos da área; e um casal, preso preventivamente.

A coluna apurou que um dos presos é o tatuador Renan de Oliveira (à esquerda na foto em destaque), que se apresenta como Jhony Tattoo e é conhecido por ser o “tatuador dos famosos”.

Nas mídias sociais, o investigado elenca uma lista de clientes, como os jogadores do Flamengo Gabigol, Léo Pereira e Pedro; os ex-atletas do time Vitinho, Hugo e Bruno Paulo; além de Vinicius Júnior, do Real Madrid, e dos cantores Naldo Benny, MC PK Delas e MC Cabelinho.

Na casa de Renan, no bairro de Itaipuaçu, em Maricá (RJ), policiais federais apreenderam armas de fogo. A esposa dele, Edna Tavares, também foi presa.

As investigações revelaram que o casal, mesmo sem ter formação na área, inseria chips em macacos para vendê-los posteriormente, o que causava “intenso sofrimento” aos bichos. Os investigadores também conseguiram vídeos que mostram os animais gritando de dor durante o procedimento ilegal.

O bombeiro apontado como líder da quadrilha também foi preso preventivamente. Na casa dele, em Itaipu, Niterói (RJ), a polícia encontrou diversos animais silvestres com sinais de maus-tratos. Entre eles, um pônei trancado em um minitrailer, no meio da rua, sem alimentação ou espaço para se movimentar.

No local, também havia um casal de cervos-dama – um deles morto por ingestão de plástico, o que revelou que os animais eram “abandonados à própria sorte”, segundo a PF.


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Modus operandi

O bombeiro tinha uma rede de contatos com caçadores, segundo as investigações, que capturavam os animais na natureza. “[Os bichos], sobretudo macacos, eram capturados por meio de armadilhas cruéis e transportados, por vias terrestres, em condições precárias, escondidos até no motor de veículos”, detalhou o delegado da Polícia Federal Renato Gentile.

Em seguida, os animais eram encaminhados aos veterinários, que inseriam os chips e ignoravam a procedência dos bichos. “Como eles vieram da natureza, não tinham a ‘certidão de nascimento’. Dessa forma, o chip era inserido clandestinamente, e a documentação, fraudada, com auxílio do policial militar e ao menos dois servidores do Instituto Estadual do Ambiente”, completou o investigador.

Os animais eram vendidos por valores de R$ 20 mil a R$ 120 mil. No intervalo de um ano, a atividade criminosa levou a um enriquecimento ilícito de, aproximadamente, R$ 2,4 milhões, com possibilidade de chegar a R$ 14,4 milhões, segundo as apurações.

Os investigados devem responder, inicialmente, por organização criminosa; receptação qualificada; crime ambiental; peculato; falsificação de documentos e selos públicos, bem como particulares; uso de documento falso; e falsidade ideológica. Somadas, as penas pelos delitos chegam a 58 anos de reclusão.

Além disso, os compradores poderão responder pelo crime de receptação – pois estavam cientes da ilegalidade dos animais ao adquiri-los –, com exceção dos que colaborarem, entregarem as espécies espontaneamente e prestarem explicações à Delegacia de Repressão a Crimes contra o Meio Ambiente do Rio de Janeiro.

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