As apurações do feminicídio de Daniella Di Lorena Pelaes de Almeida, 46 anos, assassinada a facadas pelo ex-companheiro, no último sábado (25/5), revelaram que o agressor, Janilson Quadros de Almeida, 37, entrou em contato com a vítima por volta das 5h daquele dia. O motivo seria uma suposta visita ao filho deles.
Daniella e Janilson tinham um menino de 3 anos. No dia do feminicídio, a criança estava com a mãe em casa, em um condomínio no Jardim Botânico.
Sem conseguir autorização da ex para visitá-los, o agressor decidiu entrar no residencial – ao qual tinha acesso liberado –, foi à casa da família entre as 5h e as 7h, matou Daniella com golpes de faca no tórax e tentou tirar a própria vida em seguida.
Janilson foi levado pelo Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) para o Hospital de Base (HBDF), em estado grave. Ele não corre risco de morte e se encontra sob escolta policial. A 10ª Delegacia de Polícia (Lago Sul) investiga o caso.
Daniella Di Lorena Pelaes de Almeia, vítima de feminicídio no DF, e Janilson Quadros de Almeida, autor do crime
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Daniella Di Lorena Pelaes de Almeida, vítima de feminicídio no DF
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Daniella Di Lorena Pelaes de Almeia, vítima de feminicídio no DF, era irmã de Beth Pelaes, prefeita de município no Amapá
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Crianças testemunharam crime
A vítima morava no Condomínio Amobb com os três filhos, de 17, 10 e 3 anos – o mais novo deles era fruto do relacionamento com Janilson.
O criminoso tinha a senha da fechadura da casa da família, uma tag no carro que autorizava a entrada no residencial e frequentava o condomínio rotineiramente. No entanto, o casal tinha se separado havia cerca de um ano, segundo as investigações.
A vítima estava em casa com os três filhos e a babá dos meninos quando foi assassinada por Janilson. Os dois mais novos presenciaram o feminicídio.
Violência doméstica
Daniella morava no Distrito Federal e tinha um cargo comissionado na Gerência de Operações da Telebras desde março de 2023. Há dois meses, ela registrou um boletim de ocorrência contra o parceiro por ameaça e violência doméstica. Na ocasião a vítima requereu medidas protetivas de urgência. Em 10 de maio, contudo, pediu revogação da ordem, o que foi deferido pela Justiça.
“Ela compareceu à Deam [Delegacia Especial de Atendimento à Mulher] 1 em março, registrou ocorrência por ameaça e pediu medidas protetivas, deferidas pelo Judiciário. No início deste mês, porém, ela retornou à Deam 1 e solicitou a revogação das medidas para, com isso, possibilitar a ele [Janilson] ver o filho do casal. E, também, porque ele informou que fazia tratamento psicológico. As medidas foram revogadas pela Justiça, em atendimento à vítima”, detalhou o delegado Anderson Espíndola, à frente das apurações.
Sepultamento
O corpo de Daniella será sepultado na manhã desta segunda-feira (27/5), no Cemitério Nossa Senhora da Conceição, em Macapá (AP).
O velório da vítima ocorre desde 19h desse domingo (26/5), na Capela Plaste Vida, também na capital amapaense, onde Daniella nasceu. O enterro será às 11h.