Atualmente, a Organização Internacional de Polícia Criminal (Interpol) possui dois brasilienses na lista de “Aviso Amarelo”, que emite um sinal de busca por desaparecidos em todo mundo. Além das pessoas do Distrito Federal, há o registro de um homem que nasceu em Anápolis (GO), cidade localizada a pouco mais de 130 km da capital federal.
Segundo a Interpol, o aviso amarelo é um alerta policial global sobre uma pessoa desaparecida. É publicado para vítimas de raptos parentais, sequestros criminosos ou desaparecimentos inexplicáveis. A ferramenta ainda pode ser usada para ajudar a encontrar uma pessoa que não conseguiria se identificar.
O jovem Arthur Paschoali (foto em destaque) está entre os brasilienses que aparecem na lista de desaparecidos da Interpol. Em dezembro de 2012, o estudante da Universidade de Brasília (UnB) sumiu, na cidade de Santa Teresa, no Peru, quando decidiu viajar por seis meses pela América Latina.
Apenas dois anos e meio após o desaparecimento do brasiliense é que as autoridades peruanas decidiram investigar o caso como um crime. O jovem trabalhava em um restaurante local, quando parou de dar notícias.
Apesar de a investigação estar a cargo da polícia do país vizinho, uma ocorrência foi registrada no Distrito Federal. Sem ter contato com o filho desde então, Wanderlan de Souza Vieira, pai do estudante, disse ao Metrópoles, em 2019, que ainda não tinha perdido as esperanças.
Anteriormente, o pai de Arthur comentou sobre informações recebidas por meio de uma repórter peruana: “Ela me disse que o Artur estava em poder do grupo Sendero Luminoso [organização de extrema-esquerda criada na década de 1960] e tinha sido vendido. Ele estaria sendo forçado a trabalhar em tradução de inglês, português e espanhol”.
Em 2015, a Justiça chegou a enviar para perícia uma máquina fotográfica do dono do bar onde o estudante trabalhava – apontado como principal suspeito pelos pais do rapaz. Segundo a mãe do jovem, havia mais de 500 fotos na câmera, das quais 102 teriam sido recuperadas.
Maicon Bruno Araújo de Melo, de 29 anos, é outro brasiliense dado como desaparecido. A Interpol indica que ele estava na Argentina em janeiro de 2023, quando foi visto pela última vez. O homem possui duas tatuagens, uma figura feminina no braço direito e um peixe no antebraço.
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Além dos jovens, o Aviso Amarelo indica o sumiço de Marcelo Gomes de Souza Ramos, de 41 anos, que nasceu na cidade goiana de Anápolis. O homem frequentou o México, a Guatemala e os Estados Unidos.
Buscas internacionais por desaparecidos
Para a entidade internacional, a utilização do Aviso Amarelo dá alta visibilidade aos casos. No momento, a Interpol ajuda nas buscas de 9.440 pessoas desaparecidas no mundo inteiro. São 72 brasileiros desaparecidos. Há também, provavelmente, 432 pessoas de outras nacionalidades que estariam no Brasil, e a maioria é de bolivianos.
As polícias federais dos países membros da Interpol solicitam um Aviso Amarelo por meio de seus gabinetes nacionais, fornecendo informações sobre o caso. Com isso, o aviso é publicado no banco de dados, que emite um alerta para as forças de segurança das demais nações.
Além das buscas realizadas pelas polícias dos países envolvidos, os nomes e as informações sobre as pessoas desaparecidas são sinalizadas aos funcionários das fronteiras, o que dificulta viagens. Os países podem, inclusive, solicitar e partilhar informações críticas relacionadas à investigação. Parte dos anúncios fica em sigilo e restrito apenas ao uso policial, mas muitos são disponibilizados publicamente.
Embora alguns dos Avisos Amarelos sejam restritos apenas ao uso policial, muitos estão disponíveis publicamente. Se você tiver alguma informação que possa ajudar a localizar ou identificar as pessoas listadas como desaparecidas, pode entrar em contato com a autoridade policial local.