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Jovem faz vaquinha para comprar lentes de R$ 3,8 mil e não ficar cego

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Diagnosticado há um ano com ceratocone – doença que causa a redução da espessura da parte central da córnea, podendo gerar cegueira –, o estudante de direito da Universidade de Brasília (UnB) João Vitor Dutra, 21 anos, tem pouco tempo para arrecadar o dinheiro necessário para a compra de lentes de contato capazes de frear a evolução da enfermidade.

Segundo o jovem, as tais lentes, que não são disponibilizadas na rede de saúde pública, são especificas para a correção do problema, mas custam R$ 3,8 mil, valor muito superior ao que João pode arcar. “O valor total das lentes é muito alto e eu não tenho condições de pagar sozinho, por isso, a fim de tentar levantar o valor necessário, iniciamos uma vaquinha”, disse João.

“No atual momento, a doença me deixa com um problema de vista de quase 9 graus em um dos olhos. Para o tratamento do ceratocone existem algumas possibilidades. No meu caso, os óculos não foram suficientes e, agora, preciso de lentes de contato rígidas como outra forma de tratamento para tentar frear a evolução da doença, as lentes são importantes, pois elas ‘seguram’ as córneas, evitando que o formato de cone das córneas se assevere causando problemas de visão mais sérios”, disse o estudante.

À reportagem João, que mora em Planaltina- DF com a mãe, com o irmão e com o padrasto, contou ter estudado a vida inteira em escola pública. Em 2020, segundo ele, foi aprovado no curso de letras-inglês da UnB. Dois anos depois, ingressou no curso de direito na mesma instituição.

Empenhado, o garoto agora precisa de ajuda para continuar os estudos e não perder a visão. Interessados em ajudar o jovem podem doar qualquer quantia para a chave Pix 03736406762 , em nome de Cláudia Sanz, quem organiza as arrecadações.


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A doença

O ceratocone é a doença ectásica – relativa à dilatação do órgão – mais comum e ocorre por uma falência biomecânica na córnea, que afina e aumenta de curvatura.

Trata-se de uma doença progressiva, de modo que a irregularidade vai se acentuando até que, em fases avançadas, a córnea pode assumir o formato de cone. Esta alteração causa astigmatismo com irregularidade, o que leva à distorção da visão, pois limita a eficiência das lentes tradicionais esfero-cilíndricas de óculos

A ceratocone tem início, geralmente, na adolescência e evolui até cerca de 40 anos, quando, em geral, ocorre uma estabilização natural. Entretanto, jovens podem ter a doença estabilizada e pacientes com mais de 40 anos podem ter progressão da doença

Sintomas

O principal sintoma é o embaçamento e distorção da visão, com mudanças frequentes do grau. Em geral, ocorre miopia e astigmatismo, que aumentam levando a uma necessidade de troca frequente de óculos, que, com a evolução da doença, deixam de fornecer uma visão adequada devido à irregularidade

O ceratocone é tipicamente indolor e sem inflamação aguda, ou seja, não deixa o olho vermelho. Coceira na região é frequente, pois há grande associação com alergia ocular. O ato de coçar ou dormir fazendo pressão contra os olhos é o fator mais relevante no agravamento do grau do ceratocone.

A doença é bilateral, mas geralmente atinge os dois olhos de maneira assimétrica – afetando mais um olho do que o outro.

Se diagnosticada e tratada corretamente em fases iniciais, o impacto na visão e consequentemente na qualidade de vida das pessoas é minimizado. Por isso, identificar corretamente o ceratocone em sua fase inicial, bem como avaliar a sua progressão são aspectos fundamentais do nosso trabalho como médicos oftalmologistas

Tratamento

Os óculos são a primeira forma de tratamento para a doença. Exames específicos permitem fazer uma prescrição de óculos mais eficientes.

As lentes de contato especiais são indicadas para a reabilitação visual quando os óculos não são mais eficazes. Entretanto, precisam ser bem adaptadas por oftalmologista especializado. No entanto, se não forem corretamente adaptadas, podem ser fator de irritação ocular que aumenta o risco de progressão da doença.

As cirurgias são indicadas em duas situações clínicas: para estabilizar a progressão da doença ou para reabilitação visual, quando os óculos ou as lentes de contato não têm resultado satisfatório

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