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Mãe denuncia que filha autista foi agredida em creche do DF

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Uma mãe denunciou que a filha autista, de 7 anos, teria sido agredida pela proprietária de uma creche no Riacho Fundo II. O episódio ocorreu na última segunda-feira (27/4). A Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF) investiga o caso.

Yoshihanna Haysa Dias Fernandes, 34 anos, contou que a filha estava em período de adaptação no Espaço da Criança Vovó Dita, e que no dia do ocorrido ela teria apresentado resistência para ficar na instituição.

“Na hora da recepção das crianças, minha filha não queria entrar na creche. E aí, a dona me disse que ela ia ficar bem e que iriam cuidar dela. Eu acabei cedendo e deixando ela ficar, mesmo contra a vontade dela. Quando eu fui chegando no portão, com ela chorando, essa mulher pegou minha filha de uma forma brusca, e falei pra ela não pegá-la assim, que ia machucá-la, e então entrou segurando a criança pela mão”, relata a pedagoga .

De acordo com a mãe da menina, após deixá-la no local, ela seguiu para uma reunião de trabalho. “Foi questão de 20 minutos depois que saí de lá, eu comecei a receber mensagens da dona da creche. Imaginei que ela teria competência pra lidar com a minha filha”, diz.

A pedagoga detalha que passou a receber mensagens da proprietária do espaço informando que a filha dela apresentava arranhões e que ela teria se machucado no carro, antes de chegar na instituição.

“Foi uma situação tão atípica. No decorrer desse pouco tempo, ela falou que a minha filha tinha ralado o joelho e, depois, me disse que a menina estava se batendo com um brinquedo e arrancando os próprios cabelos”, descreve a cena.

Prints da conversa no qual o Metrópoles teve acesso mostram a troca de mensagens entre Yoshihanna e a responsável pela creche. Veja:


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Diante do ocorrido, a pedagoga pediu que a mãe dela fosse até a creche buscar a menina para que ela se acalmasse. Foi, então, que ela tomou conhecimento das supostas agressões.

“Vi o roxo no olho dela e os outros hematomas pelo corpo. Fiquei em choque. Ela mesma relatou todo o ocorrido, disse que a ‘tia’ deu um murro no rosto dela com um brinquedo, a arrastou, depois prendeu a perna ela porta em uma porta e a trancou em uma sala sozinha”, detalha Yoshihanna.

Após ouvir o relato da filha, a mulher registrou um boletim de ocorrência na Delegacia da Criança e do Adolescente (DCA).

“A minha filha foi espancada nessa creche. Eu vejo como tortura isso que aconteceu. Acredito que ela deve ter entrado em crise pela forma como foi tratada. Depois, tentei conversar com a proprietária por mensagem e o me disseram foi: ‘maezinha, a gente fez o que pode’. Quero Justiça pela minha filha”, afirma a pedagoga.


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Segundo Yoshihanna, o episódio que aconteceu com a filha dela não foi isolado. Após tornar a denúncia pública nas redes sociais, outras mães entraram em contato com ela afirmando que os filhos também passaram por casos de violência psicológica na creche.

“Foi um trauma muito grande. Depois, ainda fiquei sabendo que o pessoal da creche disse que não haviam sido comunicados sobre o autismo da minha filha. Sendo que tivemos uma reunião prévia sobre os cuidados com ela, por ter um grau de autismo moderado”, diz.

O que diz a creche

Por meio de nota, o Espaço da Criança Vovó Dita informou que, no dia dos fatos, quando a criança foi deixada aos cuidados da creche, ela já estava com sinais de um suposto surto. Segundo a instituição, nunca ocorreu um episódio desta natureza no local.

Leia a nota na íntegra: 

“Em nota, a assessoria jurídica do estabelecimento informou que, a criança foi matriculada há menos de 7 dias.
No dia dos fatos, quando a criança foi deixada aos cuidados do espaço, já estava com sinais de um suposto surto (segundo a mãe trata-se de uma criança autista, porém não foi entregue laudo informando maiores detalhes sobre o grau e comportamento em geral).

No estacionamento, a criança foi retirada pela mãe bruscamente de seu veículo, se jogando no chão quando se machucou, ao lado da mãe em todo momento, ao entrar na unidade a criança se debatia e tentava agredir a quem estava por perto, quando foi levada para uma sala em separado para tentar se acalmar, momento que a responsável entrou em contato com a mãe solicitando que viesse buscar a criança. A mãe foi avisada em todos os instantes que a filha tinha se machucado antes de entrar no estabelecimento e continuava a se jogar no chão e se debatendo e alertando que ela poderia se machucar mais ainda. A mãe relatou que era normal isso acontecer porquê ela estava em surto.

O período de permanência da criança no estabelecimento foi bem curto e não teve nenhuma crise como a desse dia do ocorrido. A criança foi matriculada a menos de uma semana, sendo que a responsável pelo estabelecimento afirma que a criança foi sempre cuidada e tratada com carinho e respeito por ela e por toda a equipe.

O espaço tem várias crianças matriculadas e vários anos de funcionamento e nunca teve um episódio dessa natureza. A direção está à disposição dos órgãos competentes para maiores esclarecimentos, e que as provas de tudo o que realmente aconteceu serão entregues à polícia e aos demais órgãos competentes para as devidas apurações.”

 

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