domingo, 5 maio 2024
- Publicidade - spot_img
HomeBrasíliaMédico que deu alta a menina de 7 anos, vítima de dengue,...

Médico que deu alta a menina de 7 anos, vítima de dengue, é indiciado

Date:

Related stories

Homem que incendiou pousada na Asa Sul é solto pela Justiça

O hóspede acusado de ter incendiado a pousada na...

Suspeito de estuprar adolescente de 13 anos é preso no DF

Um homem de 25 anos foi preso por estupro...

Sem informações, família busca por faxineiro desaparecido há 12 dias

Os familiares do faxineiro Fabrício Alves dos Santos, 38...

Vídeo: PMDF envia helicóptero e equipe para ajudar em resgate no RS

A Polícia Militar do Distrito Federal (PMDF) enviou uma...
spot_imgspot_img

A Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF) indiciou o médico que deu alta a Pietra Isaac, menina de 7 anos vítima de dengue. A menina estava doente e, na ocasião, o profissional de plantão no hospital particular Daher, no Lago Sul, afirmou que ela “estava com dengo“, e mandou a menina para casa. A criança morreu no dia seguinte, após seu quadro de saúde evoluir para dengue hemorrágica.

O inquérito conduzido pela 10ª Delegacia de Polícia (Lago Sul) e obtido pelo Metrópoles apontou que houve imperícia por parte de um dos médicos que atendeu Pietra, na segunda vez que ela procurou o hospital particular. Os laudos produzidos pela perícia indicaram que a causa da morte foi “complicação de dengue grave”.

“[…] havia clara indicação de internação hospitalar, reavaliações seriadas e reposição volêmica”, diz o laudo do Instituto Médico Legal (IML).

O caso de Pietra teve início em 15 de novembro, quando a menina foi levada ao Hospital Daher, no Lago Sul, passando mal. O primeiro diagnóstico apontava para bronquite e virose, sendo receitado medicamentos para tais doenças. Porém, no dia seguinte, após apresentar piora no quadro, Pietra retornou à unidade de saúde.

A primeira médica que atendeu a criança no Daher a diagnosticou com dengue e, de imeadiato, recomendou internação. Porém, como o hospital não tem uma unidade de terapia intensiva (UTI) pediátrica, a pediatra afirmou que escreveria uma recomendação para que a família transferisse e internasse Pietra no Hospital Materno-Infantil de Brasília (Hmib).


0

“Sua filha está com dengo”

De acordo com o relato da mãe de Pietra à PCDF, enquanto aguardava o retorno de alguns exames da filha no Daher, houve troca de plantão. O novo médico que atendeu Pietra disse que à mãe que a menina estava “dengosa”. “O que sua filha tem é dengo”, teria dito o médico.

Após essas palavras, o profissional de saúde dispensou a menina e recomendou remédio e repouso, em casa. A mãe de Pietra chegou a insistir dizendo que a criança estava com dor, mas o médico liberou Pietra.

A garotinha passou a vomitar sangue, apresentar febre alta e não conseguia se alimentar. A mãe, então, optou por levar Pietra ao Hmib. Ela foi internada na UTI e, posteriormente, precisou ser intubada. Em 17 de novembro, a menina morreu.

O que diz o médico

No inquérito da PCDF, o médico que mandou Pietra para casa afirmou ter dito que a menina estava com dengo, mas disse que usou a expressão apenas como uma forma de “quebrar o gelo”.

O especialista afirmou, ainda, não se recordar da conversa que teve com a mãe da menina após a chegada dos exames. Segundo o profissional, as plaquetas de Pietra estavam em 136 mil.

O médico confirmou que disse à família que não haveria necessidade de internação. Ao final da consulta, ele recomendou que a criança fosse levada a um hospital de referência, caso houvesse piora no quadro.

Justiça

O inquérito da 10ª DP foi encaminhado à Justiça — que pode tornar ou não o médico réu. A indicação da PCDF é de que o profissional seja julgado por homicídio culposo – quando não há intenção de matar – por imperícia médica.

“Os relatos da mãe da vítima demonstram que o indiciado não agiu com o zelo e o dever profissional que lhe incumbiam. Além disso, o laudo produzido pelo IML informou que o quadro de saúde da vítima era indicativo de internação e, o próprio indiciado admitiu que deu alta médica, realizando, portanto, uma análise incorreta do quadro”.

A reportagem procurou o Hospital Daher, mas, até a última atualização desta matéria, a unidade de saúde não havia emitido nenhum parecer. O espaço segue aberto e o texto será atualizado após possíveis manifestações.

Assine

- Nunca perca uma história com notificações

- Obtenha acesso total ao nosso conteúdo premium

- Navegue gratuitamente em até 5 dispositivos ao mesmo tempo

Últimas notícias

-Publicidade -spot_img

LEAVE A REPLY

Please enter your comment!
Please enter your name here