Há quase meia década, em 30 de abril de 2019, o ex-soldado da Polícia Militar do Distrito Federal (PMDF) Ronan Menezes do Rego era condenado a 36 anos de prisão por matar a tiros a ex-namorada Jéssyka Laynara da Silva Souza, 25, e tentar executar, com três disparos, o personal trainer Pedro Henrique da Silva Torres.
Jéssyka, que havia conseguido ser aprovada em concurso público para o Corpo de Bombeiros (CBMDF), foi assassinada em 4 de maio, na QNO 15, em Ceilândia Norte, na frente da avó. Recentemente, a família da vítima conseguiu, na Justiça, uma reparação de R$ 100 mil por danos morais, já que a vítima foi morta com uma pistola que pertencia à PMDF e, por consequência, ao Estado.
Minutos antes de tirar a vida de Jéssyka, o militar se dirigiu até a academia a ginástica onde o personal trabalhava, na EQNO 2/4, e abriu fogo contra ele. O PM acreditava que Jéssyka e Pedro mantinham um relacionamento amoroso, informação negada pela vítima.
Os tiros desferidos por Ronan contra Pedro foram à queima-roupa sem que ele tivesse qualquer possibilidade de defesa. Tórax, mão, perna, estômago, fígado, vesícula, ureter direito e o quinto metacarpo, conforme relatórios médicos, foram atingidos e lesionados.
Veja imagens sobre o caso:
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Rafaela Felicciano/Metrópoles
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Lesões
Devido às lesões, o profissional de educação física foi submetido a uma cirurgia, ficando internado na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) por seis dias. Depois, teve que ficar afastado do trabalho por mais de dois meses, sem receber.
Na época do crime, Pedro afirmou que Ronan chegou ofegante à academia com a arma na cintura. Ele teria passado por baixo da catraca, apontado a pistola contra ele e disparado.
“Nesse contexto, fora ajuizado ação de indenização por danos morais e materiais contra do Distrito Federal sustentando, em síntese, responsabilidade objetiva do Estado, em razão de o ex-policial, mesmo fora de serviço, ter se utilizado da condição funcional ao usar arma de fogo que lhe fora confiada pela PM para praticar o ilícito”, explicou o advogado do personal, Fabyo Barros.
A defesa tenta conseguir R$ 60 mil, a título de dano moral, e R$ 6,8 mil, a título de dano material, por remuneração que ele deixou de receber por não poder trabalhar.
No entanto, o pedido da defesa da vítima foi julgado improcedente pelo juízo da 4ª Vara da Fazenda Pública do DF. “À exceção do resultado, que infelizmente levou a óbito Jessyka, os fatos são rigorosamente os mesmos já analisados pelo Tribunal, que entendeu pela responsabilidade do Distrito Federal. Acreditamos na sensibilidade e coerência da Corte sobre um caso que gerou comoção nacional”, finalizou.
O caso
Jessyka foi morta dentro de casa, na frente da avó e do primo. Ronan disparou cinco tiros. Duas semanas antes de ser assassinada pelo ex-namorado, a jovem de 25 anos enviou um áudio a uma amiga contando que não conseguia andar porque tinha levado socos no estômago e chutes nas pernas.
Depois de matar Jessyka, ainda naquele dia, o policial foi até a academia frequentada pela ex-namorada e atirou no professor Pedro Henrique Torres.
Ronan estava de folga, sem farda, mas usou uma pistola da corporação para cometer os crimes.