Peritos do Instituto de Criminalística (IC) da Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF) conseguiram recuperar imagens das câmeras de vigilância escondidas no apartamento da deputada federal Dayany Bittencourt (União Brasil-CE). As gravações, entretanto, são de período anterior à estadia da parlamentar no imóvel.
Os investigadores acreditam que o equipamento estava no endereço há bastante tempo. O DVR (gravador de vídeo digital, na sigla em inglês) havia sido instalado no apartamento. Porém, há poucos indícios de que o dispositivo de monitoramento tenha sido colocado para vigilância da deputada. Ao menos duas pessoas foram identificadas pela polícia.
Novo inquérito
O Ministério da Justiça e Segurança Pública (MJSP) determinou, nessa quinta-feira (25/4), que a Polícia Federal (PF) instaure inquérito para investigar a existência das câmeras escondidas.
Ministro da pasta em exercício, Manoel Carlos de Almeida Neto enviou um ofício à corporação em que aponta a suposta prática dos crimes de violação de domicílio e registro não autorizado de intimidade. O pedido se deu após a parlamentar cobrar avanço das investigações, que eram comandadas pela PCDF.
O caso ocorreu em agosto de 2023, mas foi revelado só na semana passada. A deputada descobriu que havia quatro câmeras em um apartamento alugado por ela. Os equipamentos estavam escondidos em dispositivos anti-incêndio e sensores de fumaça.
“Em 28 de agosto de 2023, foi descoberta a existência de algumas câmeras escondidas no apartamento do qual eu era inquilina, em Brasília. [Houve] uma invasão à minha privacidade e à privacidade de meu esposo, algo que nunca pensamos viver e o que transformou um espaço de segurança e conforto em um cenário de constante vigilância e medo”, afirmou Bittencourt por meio de nota divulgada sobre o caso.
Além das câmeras, segundo o MJSP, foram encontrados microfones, cabos de internet e um aparelho gravador de imagens. A PF deve se concentrar na avaliação dos registros extraídos do equipamento.