Ao se dirigir à nação norte-americana, Biden diz que desistiu da corrida presidencial para “unir” o Partido Democrata, afirmou que há espaço para novas vozes no país e reforçou o apoio à vice-presidente Kamala Harris
O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden , faz o primeiro discurso desde que desistiu de ser candidato à reeleição, na noite desta quarta-feira (24), direto do Salão Oval da Casa Branca em Washington. Ao se dirigir à nação norte-americana, o democrata disse que abandonou a corrida por um segundo mandato para “unir” o Partido Democrata e defendeu a democracia. “A defesa da democracia, que está em jogo, é mais importante do que qualquer título”. Durante o pronunciamento, o presidente de 81 anos afirmou, ainda, que há espaço para novas vozes no país e que o melhor caminho a seguir é passar o bastão para uma nova geração. “Há um tempo e um lugar para longos anos de experiência na vida pública. Também há um tempo e um lugar para novas vozes, vozes frescas, sim, vozes jovens”, disse.
O apoio à sua vice-presidente Kamala Harris, de 59 anos, que ele endossou desde o anúncio de sua desistência no domingo (21) em uma carta publicada na rede social X, foi novamente defendido em seu pronunciamento. “Gostaria de agradecer à nossa grande vice-presidente, Kamala Harris”, diz Biden. “Ela é experiente. Ela é forte. Ela é capaz. Ela tem sido uma parceira incrível para mim e uma líder para o nosso país.” Harris substituiu Biden na corrida presidencial a menos de quatro meses das eleições.
Biden voltou ontem à Casa branca após quase uma semana de confinamento em sua casa de praia para se recuperar da covid-19. A saúde do presidente está na mente de todos. O Partido Democrata pressionou Biden para se afastar justamente por causa das dúvidas sobre a sua condição física e aptidão mental desde o desempenho desastroso em um debate contra Trump no dia 27 de junho deste ano. Em seu pronunciamento, ele não se aprofundou nas preocupações sobre sua idade ou saúde, que o levaram a ceder.
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Desde que anunciou que estava deixando a corrida eleitoral, o democrata ainda tem enfrentado pedidos de republicanos para que renuncie também da presidência dos Estados Unidos, devido a sua idade. Em seu discurso, ele enfatizou que seguirá trabalhando até o fim de seu mandato. “Nos próximos seis meses, continuarei reduzindo custos para as famílias trabalhadoras e fazendo crescer a nossa economia. Continuarei defendendo as nossas liberdades individuais e os direitos civis, nosso direito de votar e direito de escolher”, disse.
Ele também afirmou que irá trabalhar para acabar com a guerra em Gaza, continuará reunindo uma coalizão para impedir “que Putin continue prejudicando a Ucrânia” e manterá a Otan “mais forte, poderosa e mais unida do que em qualquer outro momento da história”.
O presidente defendeu suas conquistas durante seu mandato, citando a criação de quase 16 milhões de novos empregos e e a reconstrução da infraestrutura do país. “Estamos literalmente reconstruindo toda a nossa nação, comunidades urbanas, suburbanas, rurais, tribais. A manufatura voltou para a América”, destacou.
Com informações da AFP e Estadão Conteúdo