A crise de saúde pública causada pelo avanço da dengue obrigou o Distrito Federal a autorizar a entrada de repelentes nas cadeias, de forma excepcional e temporária. A Secretaria de Administração Penitenciária (Seape) publicou a medida nesta semana, mas estabeleceu regras.
O repelente entregue ao detento deve ser de 200ml e colocado em embalagem plástica transparente – quando forem permitidos itens de higiene na sacola, como é feito com creme dental e sabão líquido.
O produto escolhido não deve ter qualquer tipo de álcool na composição e precisa seguir o padrão de aspecto transparente, sendo do tipo pomada, creme ou gel.
“Oriente o custodiado que você visita a usar o repelente da forma adequada e a não deixar recipientes que possam acumular água [na penitenciária] e favorecer o surgimento de larvas do mosquito [Aedes aegypti]”, informou a Seape.
Vendas aumentaram
As farmácias da capital do país registraram aumento de cerca de 60% na venda de repelentes. O item protege contra a picada de mosquitos como o Aedes aegypti, transmissor da doença e de outras enfermidades como chikungunya e zika.
O balanço foi divulgado pelo Sindicato do Comércio Varejista de Produtos Farmacêuticos do Distrito Federal (Sincofarma-DF). Para o presidente do grupo, Erivan Araújo, apesar da alta, não há registro de falta do produto até o momento.
“[O aumento nas vendas] ocasionou rupturas [falta] em algumas drogarias. A vantagem é que, como os distribuidores e as próprias empresas se preparam para esse período de verão, que é um momento de sazonalidade [da dengue e contribui] para a venda de repelentes, eles acabam por estocar um pouco”, comentou.
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Qual é o melhor?
Os repelentes contra o mosquito Aedes aegypti – transmissor de doenças como a dengue e a chikungunya – devem conter icaridina, IR3535 ou DEET (dietil-m-toluamida) na fórmula.
A eficácia do produto está relacionada à concentração dos princípios ativos. “Quanto maior a concentração do composto, maior a duração da proteção do repelente nas áreas aplicadas”, afirma a médica Maria Isabel de Moraes-Pinto, infectologista do Exame Medicina Diagnóstica e consultora de vacinas da rede Dasa.
O ideal é que o repelente tenha concentração acima de 20% de icaridina ou de 30% a 50% de DEET, para garantir a proteção de longa duração.
Produtos com concentração mais baixa oferecem proteção contra o mosquito, mas devem ser aplicados com mais frequência.
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A dengue é uma doença infecciosa transmitida pela picada do mosquito Aedes aegypti. Com maior incidência no verão, tem como principais sintomas: dores no corpo e febre alta. Considerada um grave problema de saúde pública no Brasil, a doença pode levar o paciente a morte
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O Aedes aegypti apresenta hábitos diurnos, pode ser encontrado em áreas urbanas e necessita de água parada para permitir que as larvas se desenvolvam e se tornem adultas, após a eclosão dos ovos, dentro de 10 dias
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A infecção dos humanos acontece apenas com a picada do mosquito fêmea. O Aedes aegypti transmite o vírus pela saliva ao se alimentar do sangue, necessário para que os ovos sejam produzidos
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No geral, a dengue apresenta quatro sorotipos. Isso significa que uma única pessoa pode ser infectada por cada um desses
micro-organismos e gerar imunidade permanente para cada um deles. Ou seja, é possível ser infectado até quatro vezes
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Os primeiros sinais, geralmente, não são específicos. Eles surgem cerca de três dias após a picada do mosquito e podem incluir: febre alta, que geralmente dura de 2 a 7 dias, dor de cabeça, dores no corpo e nas articulações, fraqueza, dor atrás dos olhos, erupções cutâneas, náuseas e vômitos
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No período de diminuição ou desaparecimento da febre, a maioria dos casos evolui para a recuperação e cura da doença. No entanto, alguns pacientes podem apresentar sintomas mais graves, que incluem hemorragia e podem levar à morte
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Nos quadros graves, os sintomas são: vômitos persistentes, dor abdominal intensa e contínua, ou dor quando o abdômen é tocado, perda de sensibilidade e movimentos, urina com sangue, sangramento de mucosas, tontura e queda de pressão, aumento do fígado e dos glóbulos vermelhos ou hemácias no sangue
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Nestes casos, os sintomas resultam em choque, que acontece quando um volume crítico de plasma sanguíneo é perdido. Os sinais desse estado são pele pegajosa, pulso rápido e fraco, agitação e diminuição da pressão
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Alguns pacientes podem ainda apresentar manifestações neurológicas, como convulsões e irritabilidade. O choque tem duração curta, e pode levar ao óbito entre 12 e 24 horas, ou à recuperação rápida, após terapia antichoque apropriada
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Apesar da gravidade, a dengue pode ser tratada com analgésicos e antitérmicos, sob orientação médica, tais como paracetamol ou dipirona para aliviar os sintomas
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Para completar o tratamento, é recomendado repouso e ingestão de líquidos. Já no caso de dengue hemorrágica, a terapia deve ser feita no hospital, com o uso de medicamentos e, se necessário, transfusão de plaquetas
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