HomeBrasíliaDelegado da PCDF desabafa sobre pai queimado vivo: “Caixão fechado”

Delegado da PCDF desabafa sobre pai queimado vivo: “Caixão fechado”

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O delegado da Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF) Hudson Maldonado Filho (foto em destaque) está em Minas Gerais para enterrar o pai, o delegado aposentado e advogado criminalista Hudson Maldonado Gama, 86 anos. O idoso foi vítima de um assassinato cruel, nessa quarta-feira (22/5), motivado por vingança. O autor do crime identificado como o ex-investigador da Polícia Civil mineira (PCMG) Rodrigo Cesar Costa Barbosa, 52, que está foragido.

Em um vídeo gravado no cemitério de Sete Lagoas, município na Região Central de Minas Gerais, Maldonado Filho classificou o ato como “cruel”: “Agradeço imensamente as mensagens de condolências nesse momento de tamanha dor. Meu pai partiu de uma forma cruel, e notou-se uma divulgação de que o autor estaria acertando uma dívida de 18 anos. A Polícia Civil de Minas Gerais apurou o crime. O autor é um ex-policial civil que, em 2006, foi expulso em razão de corrupção”.

O delegado acrescentou que o criminoso agiu de maneira fria e calculista. “[Ele] aguardou 18 anos e foi à procura de meu pai, um homem idoso, de 86 anos – vítima de dois AVCs [acidentes vasculares cerebrais] e inválido, que ficava sobre uma cama, imóvel, magro – e praticou a barbárie. Matou meu pai a golpes de faca, enrolou-o no colchão e ateou fogo. Deu à família, aos filhos, irmãos e amigos um enterro de caixão lacrado. Acabei de sepultar meu pai, mas acredito na justiça dos homens e na justiça divina”, completou.

Assista ao relato:

Vingança

A vítima foi queimada viva dentro de casa, em Sete Lagoas, nessa quarta-feira (22/5). O assassino era um ex-agente de polícia, expulso da corporação em 2006, devido a uma ação defendida por Maldonado Gama, que atuava como advogado à época. No processo, o suspeito do homicídio havia sido acusado de extorquir uma mulher.

Cerca de 18 anos depois, nesta semana, Rodrigo Cesar se vestiu de entregador, invadiu a casa do delegado aposentado, esfaqueou a vítima, enrolou-a em um colchão e ateou fogo. Maldonado estava com a saúde debilitada em função de um AVC que teve seis meses antes e, por isso, não conseguiu sair da casa. O advogado morreu carbonizado.

Uma testemunha relatou à polícia que, no dia do crime, chegou ao trabalho, na casa de Hudson, e ouviu alguém interfonar. Um homem se apresentou como entregador de farmácia e, quando a pessoa que trabalhava no imóvel se aproximou do portão, foi ameaçada e rendida com uma faca.

O criminoso teria dito que o problema não era com ela e, sim, com o ex-delegado, com quem “tinha uma dívida há 18 anos”. O assassino, então, entrou no imóvel e usou gasolina para atear fogo no quarto onde a vítima estava. Depois do crime, fugiu em uma moto.

O que diz a PCMG

Por meio de nota, a PCMG informou que abriu inquérito para apurar as circunstâncias que envolvem a morte do delegado de polícia aposentado.

“Na ocasião, a perícia e uma equipe de policiais compareceram ao endereço [da vítima] para identificar e coletar vestígios. O corpo foi encaminhado ao Posto Médico-Legal do município, onde passou por exame de necropsia e, em seguida, foi liberado aos familiares”, detalhou o texto.

A corporação confirmou que identificou o suspeito do crime e a possível razão para o assassinato. “A suposta motivação seria a exclusão dele do quadro da instituição, por meio de Processo Administrativo Disciplinar (PAD), face à prática de transgressão disciplinar de natureza grave e tendo em vista que a vítima participou do procedimento [de apuração interna] à época”, completou a PCMG.

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