Distritais ao iniciar o mandato, tem acesso a uma série de regalias para manter a atividade parlamentar, a maioria paga com a controversa verba indenizatória. Entre outras destinações, o recurso de R$ 15,1 mil mensais custeia despesas de alugueis com os chamados gabinetes de apoio. Seis deputados pedem reembolso à Câmara Legislativa a fim de custear os escritórios políticos. Chama atenção que três deles estão de portas fechadas.
Na atual legislatura da Casa, Chico Vigilante (PT), Robério Negreiros(PSD), Hermeto (MDB), Roosevelt Vilela (PSB), Arlete Sampaio (PT) e João Cardoso (Avante) mantêm repartições fora da sede da CLDF bancadas com o dinheiro extra. No caso dos três últimos citados, as unidades sequer funcionam.
Localizado no Condomínio Beija-Flor, em Sobradinho II, o gabinete de apoio do deputado João Cardoso, segundo vizinhos, não atende à população, pois passa a maior parte do tempo fechado.
“Aqui só funciona para reuniões deles. Nunca vimos aberto para a atender ninguém”, contou o funcionário de uma loja próxima ao escritório. “Eles estiveram aqui pela manhã, mas só deixaram algumas coisa e logo saíram. Muitas vezes, aqui funciona como garagem de quem trabalha nas oficinas e no lava-jato”.
A dona de um comércio ao lado confirmou o nulo engajamento político no imóvel alugado pela equipe de João Cardoso: há pelo menos dois meses ela diz não ter visto nenhum representante do parlamentar no local. Apesar de não frequentar o escritório em seu reduto eleitoral, de fevereiro a maio deste ano o estreante na CLDF pediu ressarcimento de R$ 5.336,04: o montante bancou, além do aluguel, contas de água e energia elétrica.
De acordo com a assessoria de João Cardoso, o local serve apenas de apoio para o chamado gabinete itinerante, mas funciona todos os dias, mas em horários alternados.
“A prioridade é descentralizar os serviços para ampliar o atendimento à população nas ruas, facilitando o acesso da comunidade e incentivando a participação cidadã. No escritório, as atividades acompanham a agenda de ações do parlamentar e, muitas vezes, inclusive, ultrapassa o horário comercial e se estende até os finais de semana”, diz a nota.
OBS: Vizinhos alegam que nunca viram aberto.