Por que “Som da Liberdade” é Considerado o Filme Mais Polêmico do Ano?
O que um filme tem a ver com política? Isso é o que todos estão se perguntando. “Som da Liberdade”, considerado o filme mais polêmico do ano, chegou aos cinemas brasileiros em 21 de setembro, adaptando a história real de Tim Ballard, ex-agente do governo norte-americano que abandonou o trabalho para fundar a Operation Underground Railroad (O.U.R.), uma organização sem fins lucrativos de combate ao tráfico sexual infantil.
Desde sua estreia nos Estados Unidos em julho deste ano, “Som da Liberdade” se tornou um fenômeno cinematográfico. Apenas nos EUA, essa produção independente, realizada com a ajuda de financiamento coletivo, arrecadou mais de US$ 180 milhões (cerca de R$ 873 milhões na cotação atual) em bilheteria até o momento.
Mas afinal, o que isso tem a ver com política? Assistindo ao filme, percebemos que sua história conspira para mostrar a existência de uma rede global de pedófilos responsáveis pelo tráfico sexual de crianças. A narrativa do filme sugere que pessoas de grande influência, sem levantar qualquer suspeita, são responsáveis por esses crimes. Diante desse cenário, as forças policiais estão cada vez mais equipadas e preparadas para combater esses tipos de crime.
O filme “Som da Liberdade” evoca emoção, indignação e lágrimas ao nos contar que a pedofilia cresceu mais de 5000% nos últimos cinco anos, principalmente devido às inúmeras redes clandestinas na internet. O tráfico de crianças para serem usadas como escravas sexuais gera centenas de milhões de dólares.
Uma importante denúncia social no combate ao tráfico de crianças envolve o sequestro de dois irmãos convidados para uma sessão de fotos.
Nomes da direita conservadora, como Donald Trump e Elon Musk, mostraram apoio ao filme. No Brasil, vários parlamentares se manifestaram divulgando o filme, encorajando os espectadores a refletir sobre a gravidade desse problema e como ele é retratado nos dias atuais.
Brasil em Alerta
Mais de um terço dos desaparecidos no Brasil são crianças e adolescentes, de acordo com um levantamento. Dados do Sistema Nacional de Localização e Identificação de Desaparecidos apontam que mais de 35% dos desaparecidos têm de 0 a 17 anos.
Infelizmente, os dados não são atualizados devido à falta de unificação das informações, o que é fundamental para melhorar a eficiência das buscas.
A ampliação dos aliciamentos pela internet, a falta de um cadastro nacional unificado de desaparecidos, a demora nas buscas e a indiferença e conivência com esses casos são complicadores na luta contra esse problema.
Uma parcela significativa desses casos ocorre em famílias cujos pais precisam passar a maior parte do tempo fora de casa trabalhando ou em famílias em que as crianças, desde cedo, precisam sair em busca de alguma forma de renda. Nossas crianças nas ruas estão sujeitas à exploração laboral, ao sequestro, ao rapto para adoção irregular, à exploração sexual e a outros riscos.
24 de setembro de 2023
