Circula em grupos de aplicativos de mensagens a foto de um documento atribuído a Polícia Militar e à Secretária da Segurança Pública de São Paulo(SSP-SP), alegando que policiais terão de entregar suas armas após o horário de expediente do batalhão, por conta do aumento de número de mortes cometidas por agentes fora do serviço.
Na ordem de serviço, destinada ao 2° Pelotão de ROCAM(Ronda Ostensiva Com Apoio de Motocicletas), fica determinado que “todo efetivo” deverá, a partir da data do documento, 14 de agosto de 2021, “proceder o arma e desarma”, ou seja, entregar a arma de fogo à Reserva de Arma da Companhia Força Tática, após o final do expediente.
A justificativa para a decisão seria o registro de “muitas ocorrências de oficiais da PM matando criminosos na hora de folga”. Segundo dados obtidos no site do próprio Governo de São Paulo, somente em 2021 foram registrados 380 mortes de pessoas, decorrentes de intervenção policial no estado.
O Monitor7 entrou em contato com o número de telefone de uma das pessoas que compartilhou a mensagem num grupo de aplicativo formado por policiais militares. O policial, no entanto, alegou que repassou a mensagem apenas para saber da autenticidade do documento, e que já apagou o áudio e a foto do documento que integravam a publicação.
A Secretária de Segurança Pública confirmou a veracidade do documento, mas frisou que ele se refere apenas àquela unidade da ROCAM, e que esse ato já foi revogado. Ainda segundo a SSP, a ordem foi tomada estritamente pelo comandante daquela unidade. A informação de que a medida ocorreu devido a uma morte cometida por oficiais do batalhão não foi confirmada pelo órgão.
Uma publicação sobre o documento viralizou no Twitter, com mais de cinco mil curtidas e dois mil compartilhamentos. A publicação tratava do caso e acusava o governador de São Paulo, João Dória(PSDB), de determinar, através do comando da Polícia Militar, que todos os policiais da corporação teriam que deixar arma no batalhão e “voltar desarmados para suas casas”.
Essa informação é falsa, pois leva o leitor a entender que a decisão afetaria toda a corporação. Ela foi desmentida também pela Associação das Praças da Polícia Militar do Estado de São Paulo (ASPRA-SP), através de uma publicação em uma rede social: “O que está circulando na internet é notícia falsa. Não foi o governador que tirou a carga das armas e sim o oficial comandante da unidade”. Procurada, a Polícia Militar não resposta até a publicação desta nota
Portanto, após checagem, foi constatado que as publicações referentes a essa ordem de serviço da Polícia Militar são falsas, pois levam o internauta a acreditar que seria uma decisão que afetaria todos os policiais de São Paulo e que teria sido uma ordem do governador João Dória. Na verdade, a decisão se refere a apenas um pelotão, foi adotada comandante daquela unidade e já foi revogada.
Fonte : R7.