Nascida em 1978, a Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural do Distrito Federal (Emater-DF) completou 42 anos no dia 07/04, celebrando ao mesmo tempo um aumento de 19% no Valor Bruto de Produção (VBP) – de R$ 2,442 bilhões em 2018 para R$ 2,907 bilhões em 2019. Conquistas como o aumento de 100 % no número de capacitações realizadas pela Emater-DF em 2019, na comparação com o ano anterior, também são comemoradas com orgulho nesta data.
“Essa é uma data superespecial. São 42 anos lutando pelo desenvolvimento rural sustentável do Distrito Federal. Tenho muito orgulho de fazer parte desse quadro de profissionais que fazem acontecer, que vestem a camisa da empresa e transformam vidas nas áreas rurais da nossa capital”, afirmou a presidente da Emater-DF, Denise Fonseca.
Nestes 42 anos, a Emater-DF, juntamente com diversos parceiros que acreditam na agricultura local, tem atuado na promoção do desenvolvimento rural sustentável e da segurança alimentar, prestando assistência técnica e extensão rural a mais de 11 mil produtores do DF, principalmente a pequenos e médios agricultores, responsáveis por boa parte dos alimentos que chegam às mesas dos moradores de Brasília.
No último ano, tivemos ainda um recorde no número de atendimentos a produtores. Foram 180 mil atendimentos por meio de ações como oficinas, cursos, visitas técnicas, dias de campo e reuniões técnicas.
“A atuação da Emater-DF, com auxílio de muitos parceiros, contribui para o desenvolvimento de uma Brasília sustentável, com alta produção de alimentos de qualidade e contribuindo com o desenvolvimento social no campo”, ressalta Denise. “Todo esse trabalho de nossos extensionistas, colaboradores e produtores rurais se reverte em saúde, emprego e renda no campo. É uma honra fazer parte disso.”
O Distrito Federal tem uma área total de 578 mil hectares, dos quais 404 mil (70% do total) estão na área rural e 345 mil são próprios para a agricultura e pecuária. Na área rural, vivem 87,9 mil pessoas. Graças à ajuda dos técnicos da empresa, de outros órgãos do governo envolvidos com a agricultura local e das políticas públicas que fomentam o setor, o DF é a unidade da federação com uma das maiores produtividades agrícolas por hectare plantado, mesmo ainda havendo área livre para plantio.
De acordo com o VBP, que é um indicador que mostra o desempenho das safras agrícola e pecuária do DF, a renda com a produção de alface, por exemplo, saltou de R$ 67 milhões em 2018 para R$ 96 milhões em 2019, e a do morango, de R$ 43 milhões para R$ 74 milhões. Atualmente, 70% da produção do DF é gerado por pequenos produtores assistidos também pela Emater-DF.
A atuação da empresa, porém, vai muito além do auxílio na produção. Os extensionistas atuam no desenvolvimento social, na construção e implantação de políticas públicas e na orientação para que os produtores adotem práticas sustentáveis de preservação ambiental. Na implantação de energia fotovoltaica em propriedades, por exemplo, a empresa atua com orientação, viabilização e assistência técnica.
Capacitação
A Emater-DF aumentou em 100% o número de capacitações em 2019, na comparação com o ano anterior. Ao todo, com atividades próprias e ações em parceria com instituições como Secretaria de Agricultura (Seagri-DF), Ceasa-DF, cooperativas, associações, escolas e os escritórios locais da empresa, foram 12 mil produtores, entidades e moradores da área urbana atendidos pela empresa. Em 2018 esse número ficou em 5.959.
Por meio do programa Filhos deste Solo, pouco mais de 200 jovens participaram de curso de empreendedorismo visando a sucessão de seus pais no campo e garantindo a produção de alimento. Várias outras iniciativas estão em andamento, como projetos para a expansão das cadeias de floricultura, piscicultura e fruticultura, por exemplo. Todas as propostas integram o Plano Estratégico do Governo do Distrito Federal.
Todo o trabalho de assistência técnica e extensão rural junto ao produtor tem contribuído para geração de emprego e renda no campo. Nos últimos anos, a empresa tem se empenhado para criar alternativas para atender cada vez mais os assentamentos, fazer a inclusão das mulheres no processo produtivo e criar possibilidades de intercâmbios técnicos como troca de experiências e aprendizado.
Seja na horticultura, nos grãos, na floricultura ou na avicultura, o DF é polo agropecuário que possui altas produtividades em diversas culturas e tem se destacado em produção de conhecimento científico para o Brasil e se tornado exemplo para outros países. É comum a empresa receber comitivas de embaixadores e técnicos de outros países interessados em conhecer o trabalho da empresa junto aos produtores rurais.
Com uma ampla cobertura da Emater-DF, em todas as regiões administrativas, os produtores rurais contam com o apoio de uma equipe multidisciplinar composta por profissionais das ciências agrárias e ambientais, ciências sociais e humanas, tecnologia da informação, engenharia, educação, comunicação e de outras áreas que compartilham as novidades geradas pela pesquisa, inovações e políticas públicas aos agricultores, famílias e organizações.
Mulheres de áreas rurais se reinventam e passam a produzir máscaras para superar a crise
Josi, Priscila e Alana buscaram alternativa na fabricação de máscaras de proteção contra o coronavírus
Em busca de continuar o trabalho e trazer renda para dentro de casa, mulheres de áreas rurais do Distrito Federal estão se reinventando e aproveitando os nichos abertos pela crise causada pela pandemia do coronavírus. Com as notícias sobre a necessidade do uso de máscaras e a ausência delas no mercado, essas mulheres, assistidas pela Emater-DF, começaram a fabricar e anunciar em suas redes sociais.
Esse é o caso de mulheres como a Josi Camargo, 42 anos, moradora do Caub I, área rural do Riacho Fundo I, da Priscila Cutrim Oliveira, 33 anos, de Tabatinga, núcleo rural de Planaltina-DF, e da Alane Oliveira, 43 anos, do núcleo rural Capão da Erva, no Paranoá. Todas tiveram que buscar outras formas de garantir renda e encontraram a alternativa na produção de máscaras de proteção.
Alane é produtora de hortaliças, faz costuras e artesanato. Com a procura por máscaras de proteção e a escassez do mercado, ela conta ter começado a fazer as peças logo no início da pandemia. Escolheu o tecido tricoline, mas, no início, as pessoas rejeitavam. Após uma fala de autoridades da saúde recomendando o técido, viu a demanda pelas máscaras aumentar.
“O que me incentivou a fazer máscaras foi a qualidade das que estavam sendo oferecidas e os preços muito altos. Como precisei pro meu marido e filhos, que são asmáticos, fiz para eles e as pessoas começaram a procurar. Montei um Instagram e já tinha a página do ateliê”, explica. Com a Alane, os pedidos são realizados pelas redes sociais ou pelo telefone celular, por meio de chamada ou pelo WhatsApp (61-99506-7474). Por meio da ajuda da sobrinha, as entregas são realizadas no Plano Piloto e no Paranoá. Suas máscaras são vendidas a R$ 5 a unidade.
De plantas a máscaras
Juntamente com a mãe, dona Nedina Bento, 76 anos, três irmãs e a filha, Josi, que é produtora de plantas suculentas no Caub, viu suas vendas caírem drasticamente com a crise. Foi então que, diante da necessidade, resolveu apostar na produção de máscaras para comercializar.
As irmãs de Josi fizeram curso de costura pela Emater-DF e o escritório da empresa em Vargem Bonita tem se solidarizado com a situação e auxiliado na divulgação. “Eu tenho uma estufa de produção de suculenta e também faço pintura em tecido. Como não são produtos de primeira necessidade, está tudo parado. A alternativa foi buscar o que o mercado está precisando e que nós podemos fazer”, conta.
Extensionista da Emater-DF em Vargem Bonita, Janaina Dias disse que os funcionários têm feito encomendas e estão mobilizados na divulgação. “Nesse momento difícil, estamos ajudando na divulgação, conseguimos fazer algumas vendas dentro da própria Emater e estamos auxiliando para ver se a gente as inclui em oportunidades de comercializações”, ressalta.
Segundo Josi, as máscaras são feitas conforme a recomendação da saúde, em duas camadas de tecido e com detalhes dentro dos padrões de segurança. Hoje, a família consegue produzir aproximadamente 50 máscaras por dia. Os valores seguem uma média de R$ 8 a R$ 15. “Estamos prezando muito pela qualidade e pela higiene. Antes de entregar, a gente deixa dez minutos no sabão neutro, lava, deixa secar, passa em ferro quente e depois borrifa álcool antes de colocar dentro do saquinho”. Os pedidos são realizados pelo telefone da Josi (61-99633-2018).
Oportunidade
Para a extensionista Selma Tavares, essa adaptação ao cenário é muito importante e as pessoas devem pensar em alternativas diante do momento. “O interessante é que essas mulheres na dificuldade estão aproveitando o mercado que está se abrindo e buscando se reinventar. É importante que as pessoas apoiem e incentivem comprando esses e outros produtos locais”, destaca.
Moradora de Tabatinga, núcleo rural de Planaltina-DF, Priscila Cutrim Oliveira, 33 anos, trabalha como artesã confeccionando e vendendo peças em tecido, como bolsas, carteiras, necessaire e peças para crianças como babados em fraldas e utilitários de bolsas. Com a ausência de compradores para os seus produtos, ela conta que o grupo de artesãos de que ela participa vislumbrou essa oportunidade de venda, já que as máscaras descartáveis estavam em falta.
“O pessoal parou de comprar o que eles viam como supérfluo, então resolvemos ir para o item de necessidade”, diz. De acordo com ela, os pedidos chegam por meio das redes sociais e do WhatsApp (61-98174-1436). Priscila fica com a parte de confecção e o marido deixa na cidade, em Planaltina, onde as pessoas buscam as encomendas. Por dia, sua produção chega a 20 máscaras, que são vendidas a R$ 10 a unidade.
“Só estou trabalhando com a máscara bico de pato, mais redondinha. Ela é mais fácil de adaptar a respiração do que a outra. O que tá mais difícil agora é matéria prima, como tecido e elástico. O elástico está cinco vezes mais caro. A gente tá fechando uma compra emergencial em Goiânia porque aqui em Brasília tá impraticável o preço”, contou.
Priscila afirma que diante da procura, o tecido também ficou caro, mas que suas máscaras são feitas com o tricoline, em duas camadas e uma entretela feita com um tecido tipo TNT, colável no tecido. “O tecido fica mais firme e não deixa passar o vírus. Conversei também com uma prima que é enfermeira para que a gente possa fazer um produto detalhado e de qualidade”, explicou.
Contatos para pedidos:
Priscila Cutrim
Telefone (61) 98174-1436
Instagram: @pricutiatelie
Josi Camargo
Telefone: (61) 99633-2063
Instagram: @josyb.camargo
Alane Oliveira
Telefone: (61) 99506-7474
Instagram: @mascarasdf