- Publicidade - spot_imgspot_img
HomeBrasíliaFalta de remédios para esclerose múltipla aflige 300 pacientes no DF

Falta de remédios para esclerose múltipla aflige 300 pacientes no DF

Date:

Related stories

Lewandowski detalha operação para garantir tranquilidade nas eleições de domingo

Ministro da Justiça explica como Polícia Federal, Polícia Rodoviária...

Mais de 309 mil Carteiras de Identidade Nacional foram emitidas no Distrito Federal

Documento reduz fraudes, amplia e unifica padrões. Serviço é...

Governo Federal realiza primeiro voo para repatriar brasileiros no Líbano

Aeronave decolou do Rio de Janeiro na madrugada desta...

Distrito Federal supera a marca de um milhão de pessoas com carteira assinada

Estoque na capital federal superou a marca a partir...
spot_img

Diagnosticada com esclerose múltipla, Ylezita Flores (foto em destaque), 45 anos, é atormentada pela falta de remédios para tratamento da doença nas Farmácias de Alto Custo do Distrito Federal. Sem o atendimento adequado, pouco a pouco ela começou a perder a capacidade de falar. Segundo a Secretaria de Saúde, há, aproximadamente, 300 pacientes que dependem do medicamento na capital brasileira. A escassez, porém, atinge a muito mais pacientes, uma vez que está em falta em todo o país.

Flores migrou da Venezuela para o DF há 7 anos. Sem condições para comprar o Natalizumabe, fármaco que previne surtos e retarda o avanço da esclerose múltipla, depende da Farmácia de Alto Custo. Cada caixa do remédio custa mais R$ 10 mil. Há um mês, Ylezita não consegue novas doses e o agravamento da doença é nítido.

“A única informação que passa para gente é que está sem estoque. Essa condições está prejudicando muita gente em Brasília e no Brasil. Atrasa o nosso tratamento. Minha língua começou a ficar pesada. Não estou conseguindo falar direito. É horrível. Não posso aguardar muito tempo. Outras pessoas também não. Precisamos de ajuda”, reclamou Flores.

Géssica de Oliveira, 34, também é diagnosticada com esclerose múltipla. Para a paciente, o desabastecimento é resultado da falta de planejamento no SUS. “É um absurdo. Uma total falta de organização. Tem um número de pessoas cadastradas, registradas para receber a medicação. Eles têm a informação das pessoas que precisam. Tem que haver uma programação. Não pode esperar acabar”, afirmou.

Segundo Géssica, a medicação é de uso contínuo pois não há cura para a doença. Além disso, no caso do Natalizumabe, há o efeito rebote, no caso da interrupção do tratamento, que fazem os sintomas voltarem ainda mais agressivos.

Segundo a presidente da Associação de Pessoas com Esclerose Múltipla (Apemigos), Ana Paula Morais, no DF, 1.200 pessoas têm diagnóstico da doença. Deste total, 70% fazem tratamento pelo Sistema Único de Saúde (SUS) local. Mas, como o desabastecimento atinge também outras unidades da federação, a falta do medicamento compromete direta ou indiretamente aproximadamente 30 mil pacientes diagnosticados com esclerose múltipla no Brasil.

“A esclerose múltipla é uma doença grave, que progride rapidamente quando o tratamento não é feito de forma eficaz. Infelizmente, a gente tem passado com frequência por desabastecimentos. Faltou em 2018, 2019 e 2022. Tem sido recorrente”, lamentou Ana Paula. O Natalizumabe é adquirido pelo Ministério da Saúde e repassados para as secretarias estaduais de saúde.

Sem alternativa

Via de regra, o Natalizumabe é um medicamento com bons resultados e baixo índice de efeitos adversos. No entanto, o organismo de alguns pacientes rejeita o tratamento. Para substituí-lo, existe o Alentuzumabe. Mas, o medicamento alternativo também está indisponível no DF. Segundo a Apeamigos, a Secretaria de Saúde não teria solicitado a reposição do estoque a tempo. Oficialmente, 30 pacientes estão cadastrados para receber o tratamento alternativo.

O Ministério da Saúde informou que a entrega do medicamento Natalizumabe na Secretaria de Saúde do DF está agendada para esta sexta-feira (10/5).  “Reforça-se que a pasta tem envidado esforços em manter seu compromisso de abastecer e entregar os quantitativos aprovados às Secretarias Estaduais de Saúde e Distrito Federal em sua integralidade”, ressaltou a pasta.

A Secretaria de Saúde negou a falta do Alentuzumabe e confirmou que o Ministério da Saúde está concluindo a aquisição de novos lotes do Natalizumabe.

Leia a resposta completa da secretaria:

A Secretaria de Saúde do Distrito Federal esclarece que, quanto ao medicamento “Natalizumabe”, este é adquirido e fornecido ao Distrito Federal pelo Ministério da Saúde. Atualmente o DF possui 268 pacientes cadastrados para o medicamento.

Informamos que a SESDF mantém contato constante com o Ministério da Saúde, e em contato recente para monitoramento quanto aos estoques da medicação, o Ministério da Saúde informou que está em fase contratual final para posterior recebimento da medicação e distribuição aos estados.

Estamos com nossas equipes nas três Farmácias de Alto Custo do DF (Asa Sul, Gama, Ceilândia) à disposição para quaisquer informações adicionais.

Já quanto ao medicamento “Alentuzumabe”, a Secretaria de Saúde do Distrito Federal esclarece que este é adquirido e fornecido ao Distrito Federal pelo Ministério da Saúde.

Informamos que a SESDF mantém contato constante com o Ministério da Saúde, e em contato recente para monitoramento quanto aos estoques da medicação, o Ministério da Saúde informou que está aguardando o recebimento do estoque adquirido para posterior nova distribuição aos estados.

O tratamento é anual. Temos 30 pacientes ativos e ainda medicamento em estoque. Estamos com nossas equipes nas três farmácias de alto custo do DF ( Asa Sul, Gama, Ceilândia) para quaisquer informações adicionais.

 

Assine

- Nunca perca uma história com notificações

- Obtenha acesso total ao nosso conteúdo premium

- Navegue gratuitamente em até 5 dispositivos ao mesmo tempo

Últimas notícias

-Publicidade -spot_img

LEAVE A REPLY

Please enter your comment!
Please enter your name here