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Francofonia sem fronteiras

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Há 23 anos é realizado o Festival da Francofonia em Brasília, sempre nesta época. E, como de costume, a programação vem recheada de atividades. Para abrir essa grande celebração cultural, a sala Le Corbusier da Embaixada da França em Brasília (SES, quadra 801, lote 4) vai exibir quatro longas-metragens francófonos, sempre às 19h, nos dias 4, 11, 18 e 25 de março.

Já a Aliança Francesa (SEPS 708/907, lote A) apresenta, no dia 21 de março, às 11h, quatro curtas-metragens destinados ao público jovem. São filmes que compõem a produção cinematográfica de animação africana: ‘As três verdades’ (Louisa Beskri et Wakili Adehan, Bênin, 14 min), ‘O lutador’ (Abib Cissé, Senegal, 14 min), ‘O presente’ (Ismael Dialo, Mali, 11 min), ‘Shamazulu’ (Jérémie Nsingui, Rp Dem. Congo, 12 min) e ‘Malika e a bruxa’ (Nabaloum Boureima, Burkina Faso, 15 min), além do drama ucraniano ‘Nível de Preto’, no dia 23, às 19h, ambos na midiateca e no auditório, respectivamente. A entrada é franca.

No dia 12 de março, também na Aliança Francesa, ocorre a exposição Prix Photo AF (2019), com o tema Fronteiras. Na galeria, serão expostas fotografias dos artistas brasileiros Osmar Gonçalves dos Reis Filho (Fortaleza, CE), Kitty Paranaguá (Rio de Janeiro, RJ) e Luiz Baltar (Rio de Janeiro, RJ), vencedores do concurso nacional que dá nome à mostra.

Já o artista grafiteiro Marko 93 estará em Brasília de 12 a 15 de março para  dar oficinas de grafite e light painting (pintura de luz)  juntamente com o Centro Educacional Lago Norte (Cedlan), escola pública bilíngue. Crescido em Saint-Denis, um subúrbio histórico da classe trabalhadora ao norte de Paris, foi lá que ele deu seus primeiros passos. No final dos anos 80, o movimento Hip Hop surgiu e rapidamente estabeleceu raízes nas grandes cidades e subúrbios. Marko adotou o grafite como seu meio de expressão.

O Bazar da Francofonia – que reúne anualmente mais de 20 embaixadas de países francófonos com os mais variados produtos e um público fiel de cerca de 3 mil pessoas – vai ocupar este ano o estacionamento interno da Aliança Francesa, com acesso direto à rua, no dia 15 de março. Os lindos jardins de Burle Marx estarão livres para piquenique e circulação de pessoas. Das 10h às 17h, os visitantes terão acesso aos estandes de venda de artesanato e à Praça de Alimentação, onde serão oferecidas comidas típicas como os queijos franceses, fritas belgas, a culinária da Costa do Marfim e a famosa raclette suíça.

Com o objetivo de incluir todos os públicos, haverá ainda uma programação especial para as crianças, com direito a oficina de bambolês, brinquedos infláveis e pintura de rosto. Durante o evento, serão sorteados brindes para os participantes e o bistrot Le Jardin estará aberto. Tudo isso ao som dos DJs Júlia Ayra e do Tayrone, que prepararam uma seleção musical variada para tornar o ambiente ainda mais agradável. O artista Marko 93 também fará uma intervenção artística durante o bazar.

A noite oficial do Festival da Francofonia, no dia 17 de março, será marcada pela apresentação de Mochélan, artista de múltiplas facetas de Charleroi, Bélgica. Influenciado pelo Hip Hop em meados dos anos 90, ele experimentou todas as áreas artísticas, mas não tinha habilidade para a dança, talento para ser DJ e sua falta de simetria o fez abandonar rapidamente o grafite. Na direção da escrita, entretanto, ele se encontrou e uniu a música ao slam (campeonatos de poesia), ao rap e ao teatro. O concerto ocorrerá na Praça Central do Espaço do Cultural Renato Russo, às 20h, com entrada franca.

Na ‘Soirée Théâtre’, no dia 18 de março, oito cenas e um concerto em uma noite dedicada ao teatro e à música, onde jovens artistas francófonos do Lycée François Mitterrand, em Brasília, homenageiam a Francofonia. O público descobrirá histórias excêntricas, comoventes ou trágicas de vários personagens, ao ritmo de acordes musicais. Entrada franca a partir das 18h30, com duas sessões teatrais às 19h e 21h, no Lycée François Mitterrand (QI 21 do Lago Sul).

Por fim, no dia 20 de março,  a Embaixada do Canadá promove o Karaokê Canadá Club, com a participação do DJ Henrique Barbosa.  A entrada é franca com retirada de ingressos pelo site da Eventbrite.

A FRANCOFONIA

A francofonia nasceu da iniciativa de três eminentes francófonos e Chefes de Estados africanos: Léopolde Sédar, Senegal; Habib Bourguiba, Tunísia, e Hamami Diori, do Níger. O dia 20 de março foi escolhido como Dia Internacional da Francofonia por ter sido a data da assinatura da Convenção da criação da Agência de Cooperação Cultural e Técnica (ACCT) em Niamey, Niger, no ano 1970.

Em 1997, a ACCT foi transformada em Organização Internacional da Francofonia (OIF) por disposição adotada durante a Cúpula realizada em Hanói, Vietnã, revisada em 2005 durante a Conferência de Antananarivo, Madagascar.

Trata-se de um dispositivo institucional que organiza as relações políticas e de cooperação entre os estados e governos da OIF.  Comunidade linguística, que envolve entidades estatais e governamentais que têm em comum a língua francesa e compartilham valores humanistas, culturais e democráticos.

Em janeiro de 2015, a Sra. Michaëlle Jean, canadense de origem haitiana, ex-governadora geral do Canadá, foi empossada como nova secretária geral da Organização Internacional da Francofonia. Ela se tornou a primeira mulher e a primeira personalidade não africana a ocupar esse alto cargo. A Sra. Jean deixou com sua família seu país natal, Haiti, e foi para o Canadá fugindo da ditadura de Duvalier quando ela tinha apenas 11 anos de idade.

Atualmente, a OIF integra 80 países espalhados pelos cinco continentes, sendo 54 membros, 23 observadores e três estados associados.

A 23ª edição do Festival da Francofonia, em Brasília, é presidida pela Embaixada da Tunísia.

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