O PIB (Produto Interno Bruto) brasileiro recuou 0,3% no segundo trimestre deste ano, frente aos três meses imediatamente anteriores, pela série com ajuste sazonal do Monitor do PIB, indicador calculado pelo Ibre/FGV (Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getúlio Vargas).
O resultado evidencia que houve “certo otimismo” com o desempenho da economia no primeiro trimestre, mostrando que “ainda há um longo caminho para a retomada mais robusta da economia,” afirma Claudio Considera, coordenador do Monitor do PIB-FGV, em nota divulgada nesta terça-feira (17), pelo Ibre/FGV.
Na comparação ao segundo trimestre de 2020, o PIB cresceu 12,1%, conforme os dados divulgados. A magnitude da taxa tem relação com a base de comparação baixa, uma vez que o segundo trimestre do ano passado foi a fase aguda dos impactos das medidas de isolamento social sobre a economia.
Em junho, isoladamente, o Monitor apontou alta de 1,2% no PIB na comparação a maio, com ajuste sazonal. Em relação a junho de 2020, houve avanço de 10,1% da atividade econômica.
Pela ótica da demanda, o consumo das famílias contribuiu positivamente para o PIB do segundo trimestre, frente ao primeiro. Esse componente da demanda cresceu 0,8% pelos cálculos da FGV. O período foi marcado, contudo, por forte queda da formação bruta de capital fixo (FBCF, medida dos investimentos no PIB), que recuou 2,2% frente aos três meses anteriores, com ajuste sazonal.
Na comparação ao segundo trimestre do ano passado, ambos os componentes tiveram resultados positivos. O consumo das famílias cresceu 12,5% por essa comparação. O destaque foi o consumo de serviços, produtos duráveis e semiduráveis. Já o investimento cresceu 35,2% frente ao segundo trimestre do ano passado, segundo o Monitor do PIB.
“O elevado crescimento do componente de máquinas e equipamentos (85,7%) segue sendo o principal responsável por esse desempenho significativo dos investimentos. Isso se deveu, em grande parte, ao crescimento de automóveis, caminhões e veículos automotores em geral.”, diz a nota da FGV.
Desta forma, a taxa de investimentos medida pelo Ibre/FGV ficou em 19,3% do PIB no segundo trimestre deste ano, acima da média histórica calculada desde 2000.
O Monitor do PIB procura antecipar a tendência do principal índice da economia a partir das mesmas fontes de dados e metodologia empregadas pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), responsável pelo cálculo oficial das Contas Nacionais.
Fonte : R7.