Grupo pediu visto de refúgio e tirou documentos.
O primeiro grupo de ucranianos que desembarcou no Brasil, fugido da guerra, já conseguiu emprego e nova moradia. As informações foram confirmadas à CNN pelas entidades brasileiras de acolhimento, responsáveis pela chegada deles ao país. Os 29 cidadãos desembarcaram no dia 18 de março, na cidade de Guarulhos, em São Paulo e depois, foram transferidos para Guarapuava, no Paraná. Eles pediram visto de refúgio no país.
Após o acolhimento inicial, a primeira leva de ucranianos retirou documentos de identificação para circular no Brasil. A Secretaria de Saúde de Guarapuava fez o cadastramento e consulta para avaliar o estado de saúde de cada um e se há pendência de vacinação contra alguma doença específica como poliomielite, sarampo ou Covid-19, por exemplo. Todos os adultos estão com empregos garantidos por empresas que se ofereceram para ajudá-los. Antes da guerra, alguns trabalhavam como professores e outros na construção civil.
De acordo com o pastor Elias Dantas, à frente do trabalho de acolhimento com apoio de outras congregações religiosas, a dona de uma empresa da região ofereceu emprego para todos os adultos (as funções não foram divulgadas). O convite aconteceu após a empresária visitar o abrigo onde os ucranianos estão provisoriamente acolhidos pela Comunidade de Vida da cidade. As benfeitorias contaram também com doações de geladeiras e móveis por parte de outros dois comerciantes locais.
O pastor Elias contou que todos os esforços estão concentrados em dar dignidade aos cidadãos ucranianos que fugiram da guerra e aceitaram um recomeço bem longe do conflito. O religioso disse que a adaptação deles ao Brasil está sendo tranquila, a começar pela alimentação.
“Aqui eles têm se alimentado de carne, peixe, frango, legumes, verduras e batatas, comidas que estavam acostumados no país deles. Eles gostam de se sentir úteis e ajudam no próprio preparo das refeições”, disse.
A outra boa notícia é que além de emprego, os ucranianos receberam moradia no Brasil em um prédio novo, que nunca foi habitado. “Eles ficarão todas em 11 apartamentos belíssimos, no centro da cidade, a 500 metros da igreja, 290 metros do supermercado, 200 metros da excelente escola onde as crianças e adolescentes frequentarão as aulas”, detalhou o pastor.
Martha Zimmerman, da Associação Batista de Ação Social (ABASC), uma das organizações responsáveis pelo primeiro acolhimento dos ucranianos no Brasil disse que o principal objetivo era garantir o sustento dessas pessoas com o auxílio de doações. Depois do período de adaptação, segundo ela, era inseri-los no mercado de trabalho, etapa que está sendo concluída aos poucos.
Ucranianos em São Paulo
No sábado (26), outros 41 ucranianos chegaram em São Paulo também para um recomeço no Brasil. O grupo já foi levado para a cidade de São José dos Campos, no interior do estado. Eles foram acolhidos por voluntários da Igreja da Cidade, ligada ao GKPN (Global Kingdom Partnership Network).
Na cidade paulista, o grupo foi acolhido com festa e na sequência foram para uma pizzaria. Após o jantar todos foram para um mesmo hotel onde vão ficar provisoriamente.
CNN BRASIL.