Gilmar Mendes tem dado mais entrevistas do que Lula.
No programa de Pedro Bial, ele repetiu mais uma vez que considera Sergio Moro suspeito no caso do chefe da ORCRIM:
“Vamos ter de executar com muito cuidado, há a impressão de que há muitos vícios, eu tenho dito que o Lula merece um julgamento justo. Tudo isso que vem se revelando de fato mostra suspeita sobre esse caso. Estou estudando. Vamos ter capítulo sobre o eventual significado da Vaza Jato, o eventual aproveitamento ou não de prova ilícita nesta questão”.
Gilmar Mendes, entrevistado por Pedro Bial, disse:
“Houve um lavajatismo militante da mídia. E ficamos como os bandidos da história”.
Não há a menor dúvida sobre isso: Gilmar Mendes e seus parceiros ficaram como os bandidos da história.
“Moro chegou ao governo quase que como um primeiro-ministro. Depois ele virou esse personagem que o Bolsonaro leva para o jogo do Flamengo. Ele está precisando do Bolsonaro. Antes o Bolsonaro precisava dele, depois ele passa a precisar do Bolsonaro”.
Gilmar Mendes está à vontade para esmagar a Lava Jato porque despreza o poder de Sergio Moro.
Ele repetiu que determinados ministros do STF têm “fetiche sexual” por investigadores:
“O que digo é que de fato nós devemos ter muito cuidado nessas relações com policiais, procuradores, podemos até ter fetiches sexuais, mas não nos envolver com suas teses”.
A sutileza de Gilmar Mendes sempre foi reconhecida.
De qualquer maneira, seria bom que os ministros do STF tivessem cuidado também ao se relacionarem com corruptos e corruptores, e que não inventassem teses para tirá-los da cadeia.
Enquanto isso, Sergio Moro esteve ontem à noite na sede da Fiesp, em São Paulo, e foi aplaudido de pé por uma plateia de quase 500 empresários.
O ministro da Justiça e Segurança Pública assinou um termo de cooperação técnica com a entidade presidida por Paulo Skaf.
Entre os itens do acordo, está um programa que deve oferecer capacitação profissional a detentos e egressos do sistema prisional, por intermédio do Senai.
O ministério e a Fiesp também vão trocar informações e promover estudos sobre temas como pirataria e combate e prevenção ao roubo de cargas.
“Temos a percepção de que precisamos incorporar no setor público o dinamismo que existe no setor privado. Ambos os lados podem ganhar muito”, disse Moro aos empresários.