quinta-feira, 28 março 2024
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Instagram é a rede mais prejudicial à saúde mental do usuário

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Instagram, com mais de um bilhão de contas cadastradas, o Instagram é uma das principais redes sociais do mundo e a mais prejudicial à saúde mental dos usuários, de acordo com o estudo da instituição Royal Society For Public Health. Mas por que a plataforma, que era considerada um passatempo, tornou-se vilã para o psicológico dos próprios utilizadores? Em maio deste ano, a entidade de saúde pública do Reino Unido entrevistou 1.479 pessoas, de 14 a 24 anos, e constatou que 90% delas utilizam redes sociais. Para esta parcela, o Instagram é a plataforma que mais influencia o sentimento de comunidade, bem estar, ansiedade e solidão, seguido das redes Snapchat, Facebook, Twitter e YouTube, respectivamente. Dados da Pew Research Center de 2018 mostram que jovens adultos são os usuários mais ativos no Instagram: 64% das pessoas entre 18 a 29 anos possuem uma conta. Segundo o especialista em comportamento digital e sócio da SEVEN Grupo Digital, Thiago Valadares, a exposição dos jovens na web é intensa. “O jovem produz muito mais conteúdo e tende a usar a ferramenta de maneira excessiva, consequentemente ele fica muito mais exposto às emoções”, explica. O publicitário Lucas Alves, 28, sentiu na pele os efeitos negativos do Instagram. Ele possuía uma conta ativa desde 2012 e chegava a passar até cinco horas por dia procurando conteúdo. Dentre as preocupações, postar fotos era uma delas. Ele lembra que começou a perceber isso quando viajava, porque já arrumava a mala pensando em como iria ficar a foto e a postagem. O sentimento de comparação era constante, mesmo com o mural repleto de fotos. “Eu via ali só as viagens legais das pessoas e isso começou a me deprimir, mesmo sabendo que aquilo não era 100% real. A impressão era que minha vida estava num momento ruim, e no feriado de 1º de maio, eu decidi deletar o perfil”, conta Alves. Além da comparação constante e a necessidade de se mostrar ao outro, soma-se um terceiro sentimento comum perseguido pelas pessoas – o perfeccionismo em relação às próprias fotos. Segundo o pós-doutor em psicologia e professor da Casa do Saber Roberto Fernandes, muitos indivíduos fazem postagens para que o outro confirme sua vivência. No entanto, ele revela que esse fenômeno não surgiu com as redes sociais, elas apenas funcionam como meio de ampliar e alimentar o sentimento narcísico das pessoas. “O Instagram está muito ligado à necessidade de espelhamento. Não basta viver, você precisa que o outro veja”, esclarece o psicólogo. “Vida de Instagram” Um feed com diversas fotos de viagens, cabelo sem frizz, e às vezes, até com um céu mais azul, é um cenário bastante frequente. A prática é tão recorrente, que a expressão “vida de Instagram” tornou-se comum para falar sobre perfis que aparentam ter a vida perfeita. A própria plataforma disponibiliza filtros para que os usuários possam retocar as suas fotos. Para quem gosta de ir além, opções de aplicativos criados exclusivamente para edição de fotos não faltam no mercado. Segundo Valadares, a melhor forma de usar as redes sociais sem ser tão afetado psicologicamente é selecionar quem deseja seguir. “É um local que o usuário pode escolher consumir o conteúdo apenas das pessoas que gosta; hoje é possivel parar de receber publicações de alguém sem dar unfollow, então a própria ferramenta realiza melhorias para que você consiga se adaptar àquele mundo”, explica. Forjar a realidade no Instagram Para ganhar likes, seguidores ou apenas por simples diversão vale tudo, até fingir a realidade nas redes sociais. No YouTube, não é difícil encontrar inúmeros vídeos em que produtores de conteúdo simulam grandes viagens sem ao menos sair do lugar. No Instagram, temos o exemplo das jornalistas do BuzzFeed LA, Lindsay e Jazzmine, que foram protagonistas de uma gravação com mais de 3,7 milhões de visualizações, na qual fingem passar quatro dias em Londres. O vídeo intitulado “Desafio: fingimos uma viagem para Londres no Instagram” mostra como elas convenceram seus seguidores de que estavam em outro país: fotos em aeroporto, museu, cabine telefônica, casa de chá, restaurantes, entre outros. Além disso, incluíram como regras postar 3 ou 4 fotos no feed e gravar stories diariamente. Blogueiras e as redes sociais Em 2017, a blogueira australiana Essena O’Nei, excluiu mais de 2000 publicações de seu perfil no Instagram e alterou a legenda das 100 fotos restantes para mostrar a realidade por trás de cada clique. Além de alterar a descrição do perfil para “Social Media Is Not Real Life” (Mídia Social Não É A Vida Real).
Reprodução
A legenda da foto acima era: “NÃO É VIDA REAL – tirei mais de cem fotos em poses similares tentando fazer com que minha barriga ficasse bem. Quase não comi neste dia. E gritei com a minha irmã mais nova para que ela ficasse tirando fotos até que eu ficasse, de alguma forma, orgulhosa disso”. No mesmo ano, a blogueira brasileira Karol Pinheiro fez um vídeo no qual também critica a forma com que a “realidade” é exposta na web. Intitulado “A farsa da vida perfeita nas redes sociais”, Karol assume que estava viciada no Instagram e conta como o vício era danoso para ela. “Quando via meu perfil, eu ficava mal. Pensava ‘meu Deus, eu não tenho essas coisas, eu não tenho essas roupas, meu dente não tão branco assim, eu não tenho essas bolsas; esse namoro é perfeito e eu acho que o meu não é’”, lembra a blogueira. Ela afirma que quando decidiu olhar o próprio perfil, percebeu que também não estava sendo honesta com seu público. Inclusive, lembra de uma das postagens na qual mostra um jantar romântico feito pelo namorado, cuja legenda não descrevia a realidade – na verdade, o jantar foi motivado apenas porque o casal havia brigado no dia anterior.Ver essa foto no Instagram Dai eu chego em casa e descubro que o tal jantar tinha até dress code… sou uma garota de sorte! Uma publicação compartilhada por Karol Pinheiro (@karolpinheiro) em29 de Jun, 2017 às 5:56 PDT O fim das curtidas Segundo o Instagram, a alteração foi feita para que o público foque mais no conteúdo e menos nas curtidas. Desta forma, eles pretendem diminuir a competitividade e combater o bullying. Para Valadares, a mudança foi positiva. “A produção de conteúdo tem que valer mais que a curtida e as pessoas precisam pensar em como esse conteúdo está afetando a vida dos outros e construindo sua imagem virtual. A persona digital hoje conta muito para as pessoas, e elas caíram em um looping de necessitar das curtidas”, explica. Essa é a solução? De acordo com Fernandes, com certeza não. Mas é um passo importante, principalmente para diminuir a ansiedade de quem anseia pelas curtidas. “Não se trata só de postar, mas também da necessidade de receber um like, porque essa é a confirmação daquilo que está sendo vivido”, explica o psicólogo. *Editado por Liliane Nakagawa

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